terça-feira, 21 de agosto de 2012

VLT atrasa, mas esperança se mantém

Da Redação http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias_imprimir.asp?idNoticia=75197&&iddepartamento=5&idcategoria=0
A Baixada Santista está perdendo o VLT da história. O sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), carro-chefe do Sistema Integrado Metropolitano (SIM) de transportes, segue no papel depois de mais de 11 anos de promessas do Governo do Estado.

Em 7 de agosto de 1999, o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, afirmava em A Tribuna que o Trem Intrametropolitano (TIM), desativado naquele ano, seria substituído pelo VLT.

Cento e trinta e sete meses depois, porém, só restam memórias do TIM. Quanto ao SIM e ao VLT, só audiências públicas, projetos, estudos e promessas sempre renovadas.

Sonho na Baixada Santista, sistemas como o VLT ou Metrô Leve estão pipocando em outras regiões do País. Em 1º de dezembro último, o VLT do Cariri, que liga Crato a Juazeiro do Norte, no Ceará, completou um ano de operações pensando grande: já há planos de acrescentar aos seus 13 quilômetros de extensão outros 15 ou 16 para estendê-lo até a cidade de Barbalha, onde, por sinal, são produzidos os trens.

Poucos dias depois da festa no interior cearense, foi a vez dos moradores de Maceió comemorarem o início da fase de testes do VLT local. Fruto de convênio com o Ministério das Cidades, o sistema na capital de Alagoas terá 32 quilômetros, com capacidade para atender 40 mil usuários por dia. Investimento total: R$ 171 milhões.

O ministério agora comandado por Mário Negromonte contabiliza outros dois convênios para a criação de sistemas de VLT: em Brasília e Fortaleza, cujos governos assinaram contratos de financiamento com a Caixa Econômica Federal. De quebra, a pasta de Cidades estabeleceu parcerias com São Paulo e Manaus para projetos de monotrilho (trem urbano). As quatro iniciativas foram contempladas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana.

Um quinto projeto, mais antigo, anterior ao PAC, resultou no VLT de Teresina. O sistema tem capacidade de transportar mais de 40 mil passageiros por dia, na capital do Piauí. Para que os trilhos em Teresina comecem a ser usados, a União injetou R$ 15,6 milhões, e o Estado do Piauí, uma contrapartida de R$ 1,7 milhão.

“PRIORIDADE”

Os valores do VLT da Baixada Santista são bem mais “gordos”. Estima-se que o projeto – a ser bancado pelo Executivo paulista – consumirá R$ 700 milhões. São Paulo, no entanto, reservou em seu orçamento de 2011 apenas R$ 1.000,00 para a empreitada – ou seja, 0,00014% do custo estimado.

Para piorar, a Viação Piracicabana conseguiu uma liminar no final de dezembro passado que suspendeu a licitação por discordar das exigências de garantia de proposta (no valor de R$ 7 milhões). A empresa, como se sabe, detém a concessão das linhas de ônibus em Santos e Praia Grande e também opera linhas interurbanas na região.

Nada disso parece comprometer o otimismo do secretário de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, que se reuniu com o prefeito de Santos, João Paulo Papa (PMDB), na sexta-feira. Outro secretário paulista, Jurandir Fernandes, titular dos Transportes Metropolitanos, também andou falando por esses dias no assunto – na quinta-feira passada, mais precisamente. O VLT em questão, contudo, não era o da Baixada Santista, e sim uma linha que deverá ligar a Estação Tamanduateí, do Metrô paulistano, com a região do Grande ABC até o fim de 2014. Pelo visto, Crato, Juazeiro do Norte, Maceió, Teresina e Macaé, entre outros municípios, ganharão companhia no “Clube do VLT”, mas é difícil imaginar que seja da Baixada Santista.

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