quarta-feira, 20 de março de 2013

A longa travessia para quem quer chegar ao Centro

Obra de revitalização na área portuária causa transtornos a milhares de trabalhadores na hora do hush pelo segundo dia
POR Alessandro Lo-Bianco
Rio - O segundo dia de fechamento da Avenida Rodrigues Alves, no Centro, deixou milhares de cariocas mais uma vez irritados com a lentidão no trânsito. O nó que se forma naquela região logo pela manhã está afetando até áreas mais distantes, como as linhas Vermelha e Amarela, além da Ponte Rio-Niterói.

Na tentativa de evitar
engarrafamentos, muitos moradores de Niterói resolveram deixar o carro em casa e evitar ônibus, mas nem assim escaparam dos transtornos: sofreram com a superlotação e problemas nas estações das barcas que fazem a travessia na Baía de Guanabara.

“Moro em Niterói e trabalho em São Cristóvão. Saí de
casa às 8h, e às 9h já estava saindo da Ponte, onde começa o problema. Já são 10h e estou parado há 50 minutos. Ainda vou ficar preso um tempão na Rua da Leopoldina. Já liguei para o trabalho e comuniquei o atraso. O fluxo de carros parados no sentido para Avenida Brasil é absurdo", disse o publicitário Pedro Fisher, de 33 anos.
Além da operação da CET-Rio, que fechou quatro pistas que dão acesso ao Aterro do Flamengo, motoristas se depararam com semáforos inoperantes e ônibus que circulavam fora da faixa exclusiva. Também havia retenções nos acessos a Santo Cristo, Avenida Brasil e Ponte Rio-Niterói.

“Tinha que pegar um cliente em Laranjeiras. Sempre uso a Rodrigues Alves para sair do Centro e pegar o túnel Santa Bárbara. É um trajeto de cinco minutos. Liguei para a cliente e disse que não vou chegar lá em menos de 40 minutos. A obra que interditou o acesso à Praça Mauá está deixando o trânsito um caos. Perdi a corrida”, disse o taxista Dejair Santana.

Para tentar escapar do caos no trânsito, muitos motoristas de ônibus estão circulando fora da faixa exclusiva, o que contribui para deixar o trânsito mais lento ainda. Questionado, um motorista da linha 352, com destino à Praça 15, se justificou: “Estou com 32 passageiros aqui dentro me pressionando e dizendo que precisam chegar ao trabalho rapidamente. Ou apanho na rua ou apanho dentro do ônibus. Tenho que acelerar a viagem ”, disse.

“Fizeram um remendo para dizer que estão atendendo passageiros”

Com a missão de reforçar as viagens entre Rio e Niterói, o novo catamarã Falcão — o segundo adquirido pela concessionária CCR Barcas — entrou em operação nesta terça-feira, na linha de Charitas, transportando mais de mil passageiros no dia. Três viagens foram feitas até o fim da tarde: duas no horário de pico da manhã, até às 10h, e uma viagem extra às 18h20.

Com a nova embarcação, o trajeto Arariboia-Praça XV, que possui fluxo mais intenso, conta com agora com outras duas barcas tradicionais, além dos quatro catamarãs sociais. Uma delas, com capacidade para dois mil passageiros, veio de Cocotá após a linha da Ilha receber o catamarã Harpia, a primeira aquisição da CCR, em funcionamento no trajeto há duas semanas.

Na opinião do presidente da Comissão Especial de Transportes Aquaviários da Alerj, o deputado Gilberto Palmares, a distribuição dos novos catamarães não foi uma boa estratégia. “Fizeram um remendo para dizer que estão atendendo os passageiros. Arariboia continua sem garantia de qualidade no serviço com embarcações velhas”, explica. Para ele, a linha de Paquetá deveria ser priorizada, como já foi solicitado ao Ministério Público.

Barcas têm aumento de 13% no fluxo

A estação Praça Arariboia, em Niterói, amanheceu às escuras nesta terça-feira. Por uma hora, geradores foram acionados para manter em funcionamento as roletas. O salão de embarque permaneceu sem luz, e os climatizadores não funcionaram.

Mesmo com o transtorno, a concessionária CCR Barcas registrou o acréscimo de 13% no fluxo de passageiros em relação à terça-feira passada. As obras na Zona Portuária seriam um dos principais motivos para o aumento, que foi de 28.560 passageiros até 10h desta terça.
Fonte: Jornal o dia.

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