quarta-feira, 28 de maio de 2014

Especialista destaca urgência para soluções na mobilidade urbana

A falta de planejamentos integrados e a urgência de soluções para a mobilidade urbana foram os destaques das discussões desta quarta-feira (9) no Centro de Estudos Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados.

Durante a reunião, o físico nuclear e especialista sênior em circulação logística e urbana do Metrô de São Paulo Laurindo Martins Junqueira Filho destacou que o metrô está entre os sete melhores do mundo, mas não consegue atender à população. “Somos exportadores de ônibus, criamos novidades urbanas, como os corredores para ônibus, mas o povo não está gostando nenhum pouco”, disse em meio à apresentação de imagens com mais de 6 km de filas de ônibus engarrafados, ou as estações do Metrô paulista superlotadas com 13 pessoas por metro quadrado.

O especialista lembrou que o governo federal disse ter R$ 35 bilhões para melhorar a mobilidade urbana. “Mas ninguém sabe como abrir este cofre”, salientou. “A presidente Dilma corre o risco de encerrar o seu mandato sem ter aberto este cofre”.

Junqueira lamentou que no Brasil não exista mais planejamentos integrados e cada setor planeje isoladamente. “Em São Paulo chegamos ao limite da mobilidade e continuamos a incentivar a mobilidade”, disse.

Ao lembrar a criação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que reserva 0,28 do preço da gasolina a ser utilizado em transporte urbano, o engenheiro criticou o desvio dos recursos. “Agora foi zerado para salvar a Petrobras, mas foram arrecadados R$ 80 bilhões e nada foi para este tipo de transporte de massa, foi para o individual, para o carro”.

O especialista também assinalou que embora São Paulo detenha 32% de investimentos em Metrô, a maior parte de recursos próprios, ou via empréstimos do BNDES, e transporte 76% de todas as pessoas que utilizam metrô no Brasil, esse meio de transporte se encontra completamente congestionado. “A cidade por onde são transportadas a maior parte das nossas importações e exportações, via Porto de Santos, tem um trânsito que se movimenta a 10 km/h”, assinalou.

Um dos problemas estruturais, na opinião do engenheiro é que as pessoas são colocadas na periferia e os empregos são oferecidos no centro. “O paulistano gasta um terço da sua vida tentando se movimentar para o serviço ou retornando a casa”.


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