quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O tatuzão empacou



Fotos tiradas hoje de manhã no trecho objeto da reportagem.
Ontem, mais uma vez ocorreu um afundamento nas calçadas onde aconteceu o problema de abertura de crateras há 5 meses atrás. Outra vez o lençol freático começou a jorrar água na rua. Até quando o Consórcio e o Ministério Público Estadual vão fingir que não existe risco? Só quando desabar algum prédio na R. Barão da Torre, esquina com R. Farme de Amoedo ou morrer algum pedestre? Onde anda a Defesa Civil e o CREA?
A seguir apresentamos uma reportagem do início do mês:´
Consórcio estende o prazo para retomar a perfuração do metrô em Ipanema e moradores reclamam da falta de informação sobre a obra
por Felipe Carneiro 
O Dia das Mães foi inesquecível para quem mora no começo da Rua Barão da Torre, em Ipanema. Naquele 11 de maio, duas crateras de 5 metros de diâmetro desabrocharam na calçada em frente aos números 137 e 138, acompanhadas de tremores e rachaduras em alguns dos prédios vizinhos. Sobressaltado com o cenário desastroso que se formou, um grupo de moradores buscou informações no consórcio responsável pela obra do metrô naquele trecho, constituído pelas empreiteiras Odebrecht, Queiroz Galvão e Carioca Engenharia. As empresas reconheceram o contratempo e revelaram que blocos de rocha se desprenderam durante a abertura do túnel no subsolo, causando um assentamento do terreno que, num efeito dominó, chegou até a superfície e abriu as fendas. Foi montada, então, uma força-tarefa para reiniciar a obra com segurança e o mais rapidamente possível. A previsão era que em dois meses a perfuração seria retomada. No entanto, mais de 100 dias depois, a operação continua estagnada. No informe mais recente, o consórcio estabelece agora o fim de setembro como prazo para que a Tunnel Boring Machine, imensa máquina mais conhecida como tatuzão, seja reativada e volte ao trabalho. "A falta de informação e transparência só aumenta a nossa apreensão", queixa-se a aposentada Carla Portilho, moradora da área.

Uma intervenção feita no subterrâneo, longe dos olhos da população, é um terreno fértil para gerar desconfiança e rumores de todos os tipos. Numa obra do porte da extensão do metrô em Ipanema, de alta complexidade, os percalços não chegam a ser tão surpreendentes assim, salvo quando envoltos em mistério. Como agravante, o perfil geológico da faixa subterrânea entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e a praia é particularmente difícil de trabalhar (veja o quadro). Ao contrário das características do trajeto do metrô em Copacabana, também próximo ao mar, o subsolo em Ipanema revela-se heterogêneo. Até pouco depois da Rua Teixeira de Melo, no sentido Leblon, é formado pela mesma rocha do Morro do Cantagalo. Dali em diante, predomina a areia. O problema é que há uma faixa de transição onde se encontram blocos de pedra e argila, mais suscetíveis a deslocamentos. A solução encontrada foi injetar calda de cimento nessa zona indefinida para obter coesão, mas não deu certo. Agora, os responsáveis pela obra recorrem a outros materiais para compactar o solo e evitar deslizamentos nas profundezas. "Só recomeçaremos as escavações quando estivermos 100% seguros de que não há risco. Nosso compromisso não é com datas, é com a segurança", afirma Aluísio Coutinho, gerente de produção do consórcio Linha 4 Sul.

Um dos argumentos de quem defendia a manutenção do trajeto inicialmente planejado para a Barra da Tijuca, que passava por Botafogo, Humaitá e Jardim Botânico em vez de Ipanema e Leblon, era a facilidade de escavar naquela região, mais distante do litoral. "O solo no trecho mais próximo à praia é de restinga. Cavar ali tão perto da superfície é uma temeridade. Não há espaço de folga para nenhum imprevisto", alerta o geólogo Newton Carvalho, conselheiro da Fundação Geo-Rio. No entanto, para Marcos Vidigal, diretor do consórcio, as críticas carecem de fundamentos técnicos e, dependendo do caso, têm viés político. "Já ouvi muita gente dizendo que nós fazemos tudo errado, mas é gente que fala de orelhada, sem acesso aos nossos estudos", rebate.

Sensível à preocupação de especialistas e moradores, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro foi o primeiro a agir. Requisitou uma série de documentos ao consórcio e os encaminhou ao Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate), órgão interno da instituição, e à Defesa Civil. Em outra frente, a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro e o Clube de Engenharia realizaram encontros de seus associados para discutir a obra, mas o consórcio, apesar de convidado, não mandou representantes. A alegação é que há outros canais oficiais para manifestar sua posição e que a porta da empresa está permanentemente aberta para quem busca esclarecimentos. O consórcio teve a mesma postura em iniciativas similares organizadas por associações de moradores preocupadas com a intervenção em seu bairro. "Temos mil e um questionamentos, mas não aparece ninguém para responder. É mais fácil conseguir informação com os operários do que com os representantes oficiais", reclama a líder comunitária Ignês Barreto, coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema (PSI). Que a poeira se assente e o problema seja resolvido da melhor maneira possível, com segurança para moradores, trabalhadores e pedestres.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Demora na perfuração da Linha 4 do metrô gera preocupação




02/09/2014 - RJTV
Na Zona Sul do Rio de Janeiro, a preocupação é por causa da demora nas escavações da linha 4 do metrô. O trabalho de perfuração do túnel entre Copacabana e Leblon está parado desde maio, quando moradores reclamaram de rachaduras nos prédios da Rua Barão da Torre, em Ipanema.

Desde então, a concessionária da linha 4 está fazendo reforço do subsolo para que o “Tatuzão” volte a funcionar. O reinício da obra deveria ser no fim de agosto, mas o Governo do Estado anunciou um novo adiamento, agora para setembro.

A informação foi publicada hoje (2) no Jornal O Globo. O prazo de entrega da obra continua mantido: primeiro semestre de 2016.

Fase de testes do Metrofor já dura 2 anos sem data para acabar

28/08/2014 - Jornal de Hoje
Seu Francisco Edilson, 49, aproveita o “friozinho” do Metrô de Fortaleza (Metrofor) duas vezes por semana. Às sextas-feiras, ele vai ajeitar o jardim do chefe, na Parangaba, mas, nas quartas, o senhor sai do bairro Ancuri, de ônibus, e vai até a estação no Benfica só para passear. Elevai e vem até a estação Carlito Benevides, que é o final da linha Sul em Maracanaú, só admirando a cidade.

Em dois anos, Edilson já acumula 64 viagens, contabilizadas em um papel afixado na parede de casa. Viajar no metrô, que ele sempre “quis alcançar”, é uma diversão que vai durar até acabar o período de operação assistida, quando o serviço deixa de ser de graça e estende os horários – hoje, funciona de 8h às 12horas. “Enquanto eles não colocam para pagar, eu vou testando também”, comenta o jardineiro.

Com início em junho de 2012, a operação assistida, ou fase de testes, segundo a assessoria de imprensa do Metrofor, espera por licitação para equipamentos de “de sinalização, de controle, de ventilação e de bilhetagem”, no valor de “R$ 187 milhões”, e ainda permanece sem data para acabar. Com o início da operação comercial, o tempo de espera entre um trem e outro cairia de 30 minutos para cinco e o horário de funcionamento será das 5h30 às 23 horas.

Enquanto espera a nova fase do transporte, Edilson tem esperança de passar das 100 viagens de graça, mas a opinião do jardineiro não é compartilhada pela maioria. Para a universitária Mirian Vasconcelos, 21, que sai do Conjunto Jereissati II com direção ao Centro, o horário de funcionamento atual é inconveniente. “Saio 6h da manhã de casa para pegar um ônibus e ainda chego atrasada. Se fosse num horário mais cedo, seria ótimo. Deviam colocar logo para gente pagar”, opina a estudante que só utiliza o serviço quando a aula da faculdade termina mais cedo e ela consegue ir até o emprego, em Parangaba, de metrô.

Com viagem confortável e rápida - leva-se em média de 35 a 40 minutos para percorrer os 24 km da linha sul que liga a estação Chico da Silva, no Centro, à Carlito Benevides, em Maracanaú -, o Metrofor é elogiado pela massoterapeuta Rose Fernandes, 43. “Isso é tão bom que nem parece transporte público”, afirma, mantendo, contudo, algumas ressalvas.

“Essa demora em estender os horários e passar a cobrar passagem só pode ser para beneficiar os empresários de ônibus. Quem deixaria de pegar um metrô para andar num ônibus quente e lotado?”, questiona.

A comodidade também é elogiada pela autônoma Fátima Monteiro, umas das 11 mil pessoas que circulam diariamente no Metrofor. “Saio da quentura do Centro e chego em casa bem geladinha. É bom demais, devia ser era o dia todinho”, conta, na torcida de que a operação comercial comece logo.

 Saiba mais
Segundo a assessoria do Metrofor, o serviço será integrado ao sistema de transporte público existente, “sendo definido posteriormente como se dará a integração sobre o preço das passagens”.

Espera-se que,quando integrado aos demais sistemas metroferroviários e de ônibus, 355 mil passageiros circulem diariamente no Metrofor.

Duas das 20 estações na Linha Sul ainda estão em obras. A Padre Cícero (localizada atrás do campo do Ceará) e a Juscelino Kubitschek (próxima ao Bar Avião, na avenida João Pessoa) “entraram no PAC da Copa para mobilidade e estão sendo construídas, devendo ser finalizadas no início do ano que vem”.

Durante a viagem de ida e volta, a reportagem verificou que os alertas sonoros e luminosos, avisando em que ponto a viagem está, não estavam funcionando.


Por uma cidade mais humana e integrada

TEDxRio reuniu 22 especialistas e mil espectadores para debater soluções para o Rio de Janeiro
Fatima Freitas 13/08/2014

Propostas para a criação de uma cidade mais humana, mais verde, menos engarrafada e mais integrada deram a tônica ontem da terceira edição do TEDxRio, que reuniu 22 palestrantes no Teatro Municipal e uma platéia de aproximadamente mil pessoas. Com o tema Metrópole, o evento foi dividido em quatro blocos: Inspirações do Amanhã, Metro ID, Estação Desafio e Próxima Parada: o futuro. Em todos eles, cultura, saneamento e educação foram debatidos, mas mobilidade foi o assunto mais em pauta.

- É natural, pois a Mobilidade Urbana é um dos principais problemas enfrentados no Rio de Janeiro - disse um dos organizadores, Marco Andrade Brandão.

CONCENTRAÇÃO DOS EMPREGOS
Mestre em políticas sociais, Clarisse Linke argumentou que a concentração de empregos apenas na Zona Sul e no Centro do Rio é uma das principais causas do problema de deslocamento na cidade.

- Muitas cidades, como Japeri, por exemplo, deveriam deixar de ser, apenas, cidades dormitório. Muitos municípios da região metropolitana precisam assumir o papel de cidade, a ponto de oferecer empregos de qualidade aos seus moradores - argumentou Clarisse, citando como exemplo uma moradora de Japeri que trabalha na Zona Sul e gasta nada menos que seis horas de seu dia dentro do transporte público. - Enquanto isso não acontecer, fica difícil resolver a questão da mobilidade.

O ex-prefeito de Bogotá, capital da Colômbia, que entre 1998 e 2001 aplicou melhorias em espaços públicos na cidade, Enrique Peñalosa defendeu o potencial do Rio de Janeiro para protagonizar uma mudança no sistema de transporte. Segundo ele, que foi um dos responsáveis pela ampliação do uso de bicicletas na capital colombiana, a população não pode achar que engarrafamentos e transportes públicos de má qualidade são coisas naturais.

- Há menos de 90 anos as mulheres não votavam e isso parecia normal. Hoje a mesma coisa acontece com os engarrafamentos - comparou Peñalosa. - Não pode ser natural um ônibus parado no trânsito, pois dentro dele tem dezenas de pessoas. Os ônibus têm que ter muito mais espaço nas ruas do que os carros. Isso é democracia.

Para o arquiteto Luiz Fernando Janot, a visão imediatista normalmente usada para resolver os grandes problemas de uma cidade acaba comprometendo a qualidade de vida de todos. De acordo com o arquiteto, para pensar no futuro de uma metrópole deve-se olhar primeiramente para o futuro da Humanidade.

- Hoje temos 7,2 bilhões de pessoas no mundo. A previsão é de que, em 2050, sejamos 10 bilhões. Ou seja, não teremos só cidades e metrópoles. Teremos megalópolis - constatou Janot. - O planejamento precisa evoluir. Não podemos pensar, em pleno século XXI, da mesma forma que fazíamos no século passado.

Durante os intervalos das palestras, o público participou das exposições, que apresentaram projetos sociais relevantes dos mais diferentes lugares. Puderam também participar da novidade desta edição do TEDx: o Pitching , um espaço para a expressão de idéias pessoais. Dez participantes foram selecionados para falar.

- Foi uma novidade que lançamos para dar voz a anônimos, diante de uma platéia altamente conectada. Outro ponto importante do evento foi a questão da integração, seja entre as forças do governo, modais de transporte e políticas públicas - disse André Bello, um dos organizadores do evento. - Ficamos muito felizes porque o próprio TEDxRio tem como missão a integração das mais diversas esferas da sociedade.

A leveza e a informalidade da palestra sobre arte urbana da historiadora e comunicóloga Renata Saavedra, de apenas 27 anos, divertiram e, ao mesmo tempo, despertaram a curiosidade na platéia. Renata coordenou dezenas de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas, que percorreram 15 mil quilômetros do território fluminense, numa iniciativa pioneira: construir o Mapa de Cultura do Rio de Janeiro. Ela falou sobre diversos projetos culturais que existem na Baixada Fluminense e que poucos conhecem.

- A arte está inserida no contexto de uma metrópole e a Baixada precisa ganhar seu espaço. Uma cidade como Nova Iguaçu, por exemplo, que tem um milhão de habitantes, não deveria ter apenas três salas de cinema dentro de um shopping - afirmou. - A Baixada precisa ser valorizada. É uma região muito rica. Porém, muitas pessoas acham que Nova York é logo ali, mas Nova Iguaçu é longe demais.

NATUREZA E CIDADES
O último bloco do evento, Próxima Parada: o Futuro, contou com a participação da paisagista Cecília Herzog. Ela, que investiga diferentes cidades do mundo em busca de soluções sustentáveis de alto desempenho, falou sobre o paradigma de planejar e projetar cidades incluindo a natureza.

- As cidades precisam ter uma cultura verde. Muitas cidades do mundo conseguiram essa conexão. A Coréia é um exemplo. Conseguiu permear o país inteiro com essa filosofia, revitalizando córregos, se preparando para as mudanças climáticas - exemplificou Cecília, que foi uma das palestrantes mais aplaudidas do evento.

Todas as palestras foram transmitidas ao vivo pelo site www.tedxrio.com.br e, em breve, estarão disponíveis para o público.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Monotrilho é inaugurado em SP e atrai curiosos



30/08/2014 - Valor

O começo da chamada visita controlada do monotrilho que liga a estação Vila Prudente do metrô e a nova estação Oratório, ambas na zona leste de São Paulo, ocorreu sem maiores problemas neste sábado.

O funcionamento parcial - e gratuito, por ora - do monotrilho será nos sábados e nos domingos, das 10h às 15h, e deve ser expandido para toda a semana durante os próximos dois ou três meses, segundo o Metrô, que administra o projeto. Depois desse período, esse trecho deve ser posto em operação plena.

O secretário estadual de transporte metropolitano, Jurandir Fernandes, presente na primeira viagem do trem, elogiou a falta de surpresas. Apesar de ser uma tecnologia nova, as muitas horas-teste que fizemos permitiu que não tivéssemos qualquer surpresa, disse.

Sobre o atraso da entrega da obra, iniciada em 2010, Fernandes disse que foi por causa do licenciamento ambiental, que não permitiu a derrubada de cerca de 50 árvores na avenida Luiz Ignácio de Anhaia Melo, sobre a qual corre a obra, e forçou o Metrô a buscar mais desapropriações. São as árvores mais caras de São Paulo, afirmou.

Durante a inauguração do serviço, as catracas foram liberadas pontualmente às 10h. O primeiro trem viajou entre 10h06 e 10h09. Há intervalo de 18 minutos entre os trens durante esse período experimental.

A integração com a Linha 2-Verde do metrô ainda está em obras.

Houve falhas nas escadas rolantes em ambas estações, que pararam de supetão, mas os funcionários do metrô não souberam explicar o motivo. Técnicos da ThyssenKrupp, responsável pelo equipamento, investigavam as causas.

Os usuários gostaram do que viram. Costumo ir de carro até a estação V. Prudente, mas agora vou poder ir de monotrilho. Esperava isso há muito tempo, diz o comerciante Mohamed Hussein Majdou, 65, que tem uma loja de colchões ao lado da estação Oratório. Mas ainda não dá para vender o carro.

O ajudante-geral Juacaz Marciano da Boa Morte, 57, disse que ficou com medo ao viajar no primeiro vagão, que tem uma ampla janela frontal permite a visão do estreito trilho à frente da composição - sem maquinista. Mas a gente se acostuma, diz o morador de Itaquera.

O trecho até a estação São Mateus está previsto para o final do ano que vem. O traçado completo é entre a estação Ipiranga de trem e a Cidade Tiradentes, com 18 estações e 26,6 km.

O investimento total previsto é de R$ 6,4 bilhões.


PRIMEIRO TRECHO DO MONOTRILHO DA LINHA 15-PRATA, ENTRE VILA PRUDENTE E ORATÓRIO, É ABERTO PARA VISITA DA POPULAÇÃO
Metrô entrega ciclovia de 2,4 quilômetros na Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Mello
Com 2,9 quilômetros de extensão, o trecho do primeiro monotrilho de São Paulo e o de maior capacidade de transporte do mundo está aberto para visita aos sábados e domingos, das 10h00 às 15h00, entre Vila Prudente e Oratório. Nessa fase inicial de operação, chamada de “visita controlada”, o público poderá conhecer gratuitamente as instalações das novas estações suspensas e andar no trem do monotrilho a 15 metros de altura, sobre a Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Mello.
O funcionamento das novas estações em período parcial viabiliza o ajuste final dos equipamentos e sistemas, além de liberar as vias do monotrilho nos demais dias da semana para os testes dos novos trens da frota. Essa operação diferenciada conta com a assistência de técnicos das diversas áreas operacionais do Metrô para fazer os últimos acertos antes da operação comercial, cuja previsão de início é em 60 dias. O primeiro trecho entre Vila Prudente e Oratório atenderá 13.300 passageiros/dia.
Durante a visita controlada, o Metrô vai promover uma campanha educativa sobre a utilização do monotrilho por meio de avisos sonoros e comunicação visual, com dicas de como usar o novo sistema de forma segura e adequada. As equipes de operação também estarão à disposição para orientar e auxiliar os novos usuários da Linha 15. O acesso à estação Vila Prudente fica na Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Mello, esquina com a Rua Cavour, ao lado da Linha 2-Verde. Já a entrada da estação Oratório será feita pela Avenida do Oratório 165.
Ciclovia e área verde sob o monotrilho
A ciclovia de 2,4 quilômetros sob o elevado por onde circula o trem do monotrilho da Linha 15-Prata está sendo entregue à população. São duas pistas exclusivas para bicicletas, cercadas por áreas ajardinadas com projeto paisagístico repleto de vegetação.
Esta nova área de lazer também conta com iluminação e sinalização horizontal e vertical específica para orientar os deslocamentos dos ciclistas. A ciclovia também permitirá fácil acesso aos bicicletários e paraciclos anexos às estações Vila Prudente e Oratório.
A implantação da ciclovia foi realizada como parte das medidas compensatórias exigidas para essa obra. Em convênio assinado entre a Prefeitura de São Paulo e o Metrô, a ciclovia passará a ter sua conservação realizada pelos órgãos municipais.
No futuro, a rota completa para os ciclistas contará com 26,6 quilômetros de extensão, de Ipiranga até Hospital Cidade Tiradentes e será entregue à população com os demais trechos da Linha 15-Prata.
Estações suspensas: nova concepção arquitetônica
As estações Vila Prudente e Oratório são as primeiras construídas com uma nova concepção arquitetônica destinada ao monotrilho. Suspensas, as estruturas contemplam vidros especiais que permitem iluminação e ventilação naturais. As novas estações possuem dois pavimentos: o mezanino onde está a linha de bloqueios e o piso superior, com duas plataformas de embarque, a 15 metros de altura (o equivalente a um prédio de cinco andares).
A estação Vila Prudente tem 16.000 m² de área construída. Na parte inferior da estação o Metrô está construindo um conjunto de terminais de ônibus composto por uma área principal (terminal central) e dois terminais de suporte localizados ao norte e sul da Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Melo. Todos os terminais estão com obras em andamento e entrarão em funcionamento na segunda etapa da obra. Após a conclusão, eles serão entregues à SPTrans para a operação das linhas.
A estação Oratório tem 5.400 m² de área construída, cinco elevadores e sete escadas rolantes. As duas estações são totalmente acessíveis, com rampas, sanitários adaptados, piso tátil e comunicação em Braille. São equipadas também com portas de plataforma, para facilitar o embarque e desembarque dos usuários.
Trens sem operadores e com tecnologia de ponta
Os trens do monotrilho da Linha 15-Prata no Brasil possuem sete carros, 86 metros de comprimento, 3,15 metros de largura e capacidade para transportar mais de 1.000 passageiros.
Os carros são feitos com liga de alumínio e o desenho aerodinâmico foi inspirado no conceito construtivo de aeronaves. Os trens possuem tração elétrica e sustentação por pneus, se deslocam sobre vigas de 69 centímetros de largura e em via elevada, com altura que varia de 12 metros e 15 metros. A velocidade comercial mínima será de 35 km/h e a máxima de 80 km/h.
Os trens contam com sistema de ar-condicionado, salão de passageiros contínuo e interligação entre carros, operação automática (sem a necessidade de operador no veículo) e sistema de câmeras com monitoramento em tempo real.
Uma avenida no céu
O primeiro monotrilho de São Paulo e o de maior capacidade de transporte do mundo já é objeto de curiosidade. O ensaio fotográfico “Uma avenida no céu”, do fotógrafo Cláudio Pepper, conta com mais de dez imagens que retratam toda a inovação do monotrilho, suas estações, suas estruturas, seus trens. As imagens foram capturadas durante a construção do primeiro trecho e ficarão expostas na estação Oratório durante o período de visita controlada.
Em paralelo, acontece na estação Vila Prudente a mostra “SP/my self, a minha avenida paulista” de autoria do mesmo artista. Mais dez fotos revelam o cotidiano da principal avenida de São Paulo. Os cliques retratam os canteiros centrais, os pedestres e o MASP. Tudo sob o olhar curioso de Claudio Pepper, que não só faz as imagens como é participante delas.
Linha 15-Prata: obras avançam rumo à Cidade Tiradentes
Com obras já em andamento, a segunda fase da Linha 15-Prata ligará a estação Oratório a São Mateus, com extensão de 10,1 km e oito estações. Já o terceiro e último trecho terá 11,4 km e sete estações ligando São Mateus e o Hospital Cidade Tiradentes. Nesta estapa também está contemplada a extensão de 2,1 km da linha até o Ipiranga, fazendo a conexão com a estação Ipiranga da CPTM (Linha 10-Turquesa).
Quando concluída, a Linha 15-Prata terá 26,6 quilômetros de extensão, 18 estações e dois pátios de estacionamento e manobra de trens. A previsão é de que 520 mil passageiros sejam atendidos por dia, em média. O valor total de investimento é de R$ 6,4 bilhões.
Departamento de Imprensa do Metrô - Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô

VLT passa por primeiro teste com viagem por ruas de São Vicente, SP


30/08/2014 - G1 Santos
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi testado pela primeira vez em São Vicente, no litoral de São Paulo, na tarde deste sábado (30). O primeiro teste da composição foi feito entre as estações Nossa Senhora das Graças e José Monteiro, no bairro Vila Valença.

Técnicos brasileiros e estrangeiros observaram cada detalhe e a reação da composição. Ao todo ainda foram feitas outras seis viagens que resultarão em um relatório, com o objetivo de apontar possíveis alterações na operação do veículo.

O percurso de 1 km foi realizado em aproximadamente cinco minutos, com velocidade abaixo do considerado normal. Nas próximas semanas o VLT irá circular em novos testes.

RJ vai abrir licitação para expansão de três linhas do metrô

28/07/2014 - G1 Rio
O governo do Rio de Janeiro vai licitar no mês de setembro os projetos básicos de três novas linhas de metrô: Estácio-Carioca-Praça XV; Uruguai-Engenhão e Jardim Oceânico-Alvorada-Recreio. A estimativa é que os novos trechos beneficiem 912 mil passageiros por dia.

A ampliação da rede metroviária vai atender também os moradores da Baixada Fluminense. Um grupo de trabalho composto por especialistas da Rio Trilhos foi criado para desenvolver estudos que visam à linha Pavuna-Baixada Fluminense. A resolução foi publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira (24).

Características das linhas

A Linha Jardim Oceânico-Alvorada-Recreio terá 14 estações e percorrerá 16,9 quilômetros de extensão. A estimativa é de que 302 mil passageiros circulem no trecho por dia. A Linha Uruguai-Engenhão receberá seis estações em um trecho de 8,9 quilômetros. A previsão de demanda é de 160 mil passageiros por dia.

A Linha Estácio-Carioca-Praça XV terá três estações e percorá um trecho de 3,7 quilômetros. A demanda estimada é de 450 mil passageiros por dia.

Governo Federal libera R$ 53 milhões para “modernização” dos trens urbanos do RN

A deputada federal Fátima Bezerra (PT) comemorou a publicação do decreto da presidenta Dilma Rousseff que libera recurso suplementar no valor de R$ 53.387.950,00, voltado para Companhia Brasileira de Trens urbanos – CBTU. Esse montante é uma parcela dos R$ 311,65 milhões anunciados pelo Governo Federal para a modernização do sistema de trens urbanos de Natal, através do PAC 2 Mobilidade Urbana.

 Destes R$ 53.387.950,00 liberados, cerca de 7 milhões serão destinados à contratação para elaboração do projeto de modernização do sistema, com licitação prevista para o próximo dia 30/07. A outra parte da verba será utilizada para aquisição de dormentes, aparelhos de mudança de via – AMV´s, fixações e trilhos.

 Segundo Fátima Bezerra, “a Região Metropolitana de Natal possui uma alta densidade populacional e uma malha viária saturada. A população que usa diariamente o que chamamos carinhosamente de “trem do grude” precisa de um transporte mais moderno. O VLT, integrado com outros modais de transporte, é o caminho para solucionar o problema de trânsito da cidade e da região”, ressalta Fátima Bezerra ao considerar que a liberação desses recursos é “mais um importante passo para a implantação do VLT”.

 (Fonte: Tribuna do Norte)

Para TCU, projeto do TAV terá de recomeçar do zero

08/08/2014 - O Estado de S. Paulo
Oito anos depois de anunciar a construção do trem de alta velocidade que ligaria Campinas e São Paulo ao Rio de Janeiro, o governo insiste em dizer que o projeto ainda está ativo. O trem-bala continua a figurar na lista das obras prioritárias no balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Tem o "carimbo verde" para atestar que está adequado e em andamento. Mas, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), se o governo pretende realmente levar o projeto adiante, terá de começar tudo do zero.

Nesta semana, o TCU decidiu que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pode rasgar o estudo de viabilidade técnica e econômica do trem-bala. Os estudos foram apresentados ao tribunal em 2009. À época, custaram R$ 29,1 milhões aos cofres públicos. A conclusão do TCU é que, passados tantos anos desde o início do processo, simplesmente não há mais informações que mantenham o projeto em pé.

"Sob o viés tecnológico, o decurso de cinco anos pode significar o surgimento de novas tecnologias com melhor relação custo-benefício ou o barateamento de diversos equipamentos causado pela difusão tecnológica", declarou em seu voto o ministro-relator Benjamin Zymler.

A definição da taxa de retorno do investimento indicada nos estudos também chamou a atenção do órgão de fiscalização. A taxa proposta pelo governo era de 7% ao ano, quando as mais recentes concessões de transporte elevaram o repasse para 8%. "Não estou com isso defendendo a utilização desses valores, mesmo porque as variáveis dependem do serviço público objeto da concessão, mas apenas que a conjuntura econômica pode ser diversa da existente em 2009", disse Zymler.

O tribunal destaca ainda outras mudanças ocorridas nas cidades, como o crescimento populacional, a renda per capita, a rede de transportes atualmente existente (aéreo e rodoviário) e a quantidade de automóveis por habitante, entre outros fatores.

Procurada, a ANTT informou que a responsabilidade pelo projeto passou às mãos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal ligada ao Ministério dos Transportes.
Em nota, a EPL admitiu que o projeto segue na gaveta, sem data definida para ser retomado. Acrescentou, no entanto, que "o governo garantiu a continuidade do projeto, dando andamento às ações preparatórias para elaboração de projetos de engenharia".

Atualização. Sobre a determinação do tribunal, a EPL afirmou que, na definição das datas do novo cronograma será considerada a necessidade de realização de atualização do EVTEA do projeto conforme recomendado pelo TCU.

Os estudos do governo apontam que o eixo de 511 quilômetros entre Campinas, São Paulo e Rio reúne todas as condições favoráveis para implantação de um trem de alta velocidade.
O setor privado, no entanto, não se convenceu sobre questões básicas apontadas nos relatórios, como a demanda projetada para o trem e, principalmente, o custo estimado para a obra. Enquanto o governo falava em um empreendimento de R$ 33 bilhões, empreiteiras avaliam um desembolso de até R$ 60 bilhões.


A ideia de instalar um trem de alta velocidade no País foi levada a cabo em 2007, quando o ex-presidente Lula viajou em um trem-bala de Madri a Toledo, na Espanha. Com a escolha do Brasil para sediar a Copa, Lula prometeu que o trem-bala Rio-São Paulo estaria em operação em 2014.

A partir daí, começou uma saga em busca de um modelo de concessão capaz de atrair o setor privado. O projeto passou por adiamentos. Quando Lula percebeu que não teria como viajar no trem-bala na Copa, dilatou o prazo e disse que o projeto estaria pronto para a Olimpíada de 2016. Neste ano eleitoral, as discussões foram abandonadas pelo governo. A ordem é evitar temas polêmicos e tratar apenas do que está dando certo.

Novo trem de passageiros da EFVM entra em operação

06/08/2014
A Vale iniciou ontem (05/08) a operação do novo trem de passageiros na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). A empresa havia anunciado no início do ano investimento na ordem de US$ 135 milhões na renovação da frota de carros de passageiros. Destes, US$ 80,2 milhões foram utilizados para comprar novos carros, da empresa romena Astra Vagoane, para a EFVM.

Na ferrovia entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo são 56 novos carros - 10 executivos e 30 econômicos. A Vale opera ainda o trem de passageiros na Estrada de Ferro Carajás (EFC).

Para a EFC, que liga o Maranhão ao Pará, a Vale adquiriu 39 carros - seis serão executivos e 21 econômicos - da mesma fabricante romena. Ainda como parte do investimento, foram comprados novos carros restaurante, lanchonete, gerador e cadeirante (destinado a pessoas com dificuldade de locomoção) para ambas as ferrovias.

EFVM e EFC transportam em média, juntas, 1,3 milhão de passageiros por ano. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), até abril deste ano as ferrovias já haviam transportado mais de 350 mil passageiros. Atualmente, estas duas ferrovias são as únicas a oferecerem diariamente o serviço de transporte de passageiros de longa distância no País.