quarta-feira, 30 de abril de 2014

CPTM INICIA OPERAÇÃO ASSISTIDA NA EXTENSÃO DA LINHA 8-DIAMANTE

 
31/03/2014

A CPTM volta a prestar serviço entre Itapevi e Amador Bueno, a partir da próxima quinta-feira, 3 de abril. Inicialmente, os trens circularão no período entre 10h e 16h, com acompanhamento dos técnicos, atendendo às estações Amador Bueno, Santa Rita e Itapevi.

O trecho de 6,3 quilômetros foi remodelado com implantação de nova infraestrutura de via permanente [com padronização da bitola] e de rede aérea. As estações Amador Bueno e Santa Rita foram reconstruídas e dispõem de sanitários públicos, além de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.

Para a travessia da via férrea, há três passagens de pedestres assistidas, ou seja, com acompanhamento de empregados da Companhia e mais três passagens em nível com cancela para garantir a segurança dos motoristas. Essas passagens, futuramente, serão substituídas por três passarelas que já estão em fase de elaboração de projetos básico e executivo.

O investimento do governo do Estado na revitalização do trecho foi de R$ 83,5 milhões e as obras na região continuam para dar mais conforto aos usuários. O local da futura estação Ambuitá, que também atenderá ao trecho, já foi definido em conjunto com a Prefeitura de Itapevi e o projeto funcional foi finalizado. Atualmente, a equipe trabalha na elaboração dos projetos básico e executivo dessa nova estação.

Até a entrada em operação da futura estação Ambuitá, os usuários poderão continuar utilizando a linha de ônibus I27, que atende ao trecho e será mantida após o restabelecimento do serviço ferroviário. Nas duas novas estações, os passageiros da CPTM também podem acessar as linhas de ônibus do município de Itapevi.

Trens da série 5.000, composto por quatro carros, atenderão a demanda estimada de 3.500 usuários por dia/útil. A tarifa de R$ 3,00 será cobrada na estação Itapevi, que dá acesso ao sistema metroferroviário.

Trem nacional comprado pela SuperVia realiza sua primeira viagem

MAXPRESS |     19/03/2014

O primeiro trem nacional, composto por oito carros, adquirido pela Supervia para acelerar a renovação da frota de trens do sistema fluminense, começou a circular hoje (18/03). A viagem inaugural entre as estações Nilópolis, no ramal Japeri (Baixada Fluminense), e Deodoro contou com a presença do presidente da Supervia, Carlos José Cunha, governador do Estado, Sérgio Cabral, do vice-governador e coordenador executivo de Infraestrutura do Estado, Luiz Fernando de Souza Pezão, do secretário estadual de Transportes, Julio Lopes e do presidente da Alstom do Brasil, Marcos Costa. A composição integra a compra de 80 novos carros junto à Alstom, um investimento previsto contratualmente para o período 2017-2020 e, portanto, antecipado em quatro anos pela concessionária.

"O projeto de renovação do sistema ferroviário do Rio de Janeiro é irreversível e contínuo. A compra de novas e modernas composições, todas com ar-condicionado, é um dos importantes passos para essa transformação. Estamos investindo, ainda, em melhorias na infraestrutura da via férrea, troca de trilhos, dormentes e cabos de rede aérea, modernização do sistema de comunicação e reformas de estações, entre outros pontos que farão a diferença no dia a dia de nossos passageiros", afirmou o presidente da Supervia, Carlos José Cunha.

Passageira do ramal Deodoro, Hellen Cristina Ferreira, promotora de vendas, foi uma das primeiras clientes a embarcar no novo trem. "Já na plataforma, quando vi o trem chegando, percebi que ele era diferente. Achei mais espaçoso e silencioso, está aprovado. Sem dúvida, o trem é o meio de transporte mais rápido e fico satisfeita em perceber os investimentos", comemorou a passageira.

O governador Sérgio Cabral comentou o processo de renovação da frota. "Este trem nacional representa uma melhora na qualidade de atendimento ao passageiro. Esperamos terminar o ano com mais 50 trens novos, modernos e refrigerados". O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, também falou sobre os investimentos no sistema ferroviário do Rio de Janeiro nos últimos anos: "Quando assumimos eram dez trens com ar-condicionado. Até o fim deste ano, a população contará com 150 trens com ar-condicionado".

Todos os trens do modelo adquirido pela Supervia contam com design inovador, ar-condicionado, circuito interno de câmera e painéis de LED, passagem interna entre os vagões, sistema que não permitirá a abertura de portas durante as viagens e capacidade para transportar até 2.400 passageiros por composição. O investimento total é de R$ 280 milhões e contempla, também, a construção de uma unidade de finalização da montagem de trens, que será utilizada pela concessionária para concluir a produção das composições.
Em 2014, além dos 80 novos carros adquiridos pela supervia, a concessionária começará a receber outros 280 carros encomendados da China pelo Governo do Estado, cuja entrega foi antecipada de setembro para o mês de abril. A renovação da frota de trens é um dos itens contemplados no Contrato de Concessão, para o qual a supervia destina R$ 2,1 bilhões, que serão investidos até 2019 e aplicados em reforma de estações, sinalização e revitalização de infraestrutura (rede aérea, via permanente e telecomunicação).

ESTRADA DE FERRO CAMPOS DO JORDÃO

Comunicação Aeamesp 18/93/2014
Em dez anos, demanda do Bonde Turístico de Campos do Jordão cresceu quase cinco vezes
Entre 2004 e 2013, a demandado Bonde Turístico operado pela Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ) cresceu quase cinco vezes. A série de número de passageiros transportados é a seguinte: 2004 (9.863), 2005 (12.830), 2006 (14.990), 2007 (16.234), 2008 (17.093), 2009 (33.932), 2010 (26.715), 2011 (33.794), 2012 (42.085) e 2013 (48.170).
Mudança na forma de operação. O presidente da EFCJ, Ayrton Camargo e Silva, avalia que os resultados obtidos a partir de 2012 podem ser creditados também à mudança da forma de operação do sistema, adotada após julho de 2012. Em vez de as viagens se iniciarem com um mínimo de 10 passageiros – o que desestimulava o retorno do interessado à bilheteria momentos antes da viagem para certificar-se de que esta ocorreria –, passou-se a operar o bonde regularmente a partir da presença de ao menos um passageiro na viagem.
“Com isso, recuperou-se a regularidade do sistema, dando confiança ao passageiro de que, se este se deslocasse à estação durante o horário operacional, o serviço estaria ali à sua disposição, sem condições ou ressalvas”, afirmou.

Projeto do Trem Regional está no PAC 3

  • Rádio Alvorada AM - - NOTÍCIAS - 20/03/2014 -
A reativação do transporte ferroviário de passageiros na Serra Gaúcha entre Caxias do Sul e Bento Gonçalves, interligando Farroupilha, Garibaldi e Carlos Barbosa, terá recursos assegurados no Programa de Aceleração do Crescimento - Fase 3 (PAC 3) como trecho piloto do Programa Federal de Trens Regionais de Passageiros. A informação foi dada hoje pelo Grupo de Trabalho da Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em reunião realizada nesta quinta (20), em Brasília, ao Vice Prefeito Antonio Feldmann, coordenador da Comissão Especial do Trem Regional e ao secretário de Gestão e Mobilidade de Bento Gonçalves, Mauro Moro, também presente no encontro.

Segundo o Grupo de Trabalho da ANTT, o projeto do trecho Caxias/Bento é o mais avançado dos 64 projetos em tramitação, pois já tem o ?Programa de Estudo e Viabilidade Técnica e Econômica Financeira, Social e Ambiental? aprovado, como também já realizou a audiência pública promovida pelo Ministério dos Transportes. A proposição do Grupo de Trabalho será levada ao Seminário Nacional de Trens Regionais agendado para o dia 29 de abril e apresentada aos Ministérios dos Transportes e das Cidades.

Conforme Antonio Feldmann, a proposta da ANTT é que, com recursos assegurados pelo PAC 3, este trecho piloto do Trem da Serra Gaúcha tenha seu Projeto Executivo e início da implantação nos exercícios de 2014 e 2015.

SOBRE O TREM REGIONAL: Na reunião desta quinta-feira o Grupo de Trabalho da ANTT elegeu a Alternativa 1 do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Financeira, Social e Ambiental. Esta opção estabelece a linha férrea Caxias do Sul-Farroupilha-Bento Gonçalves com 60 quilômetros, 14 deles totalmente novos e 46 reaproveitados com adequações. Serão 13 estações convencionais e mais uma de integração.

BRT: solução para o transporte (Artigo)

JORNAL O HOJE – GO   18/03/2014

Iêda Maria Alves de Oliveira é gerente da Eletra, empresa brasileira pioneira em tecnologia para tração elétrica e híbrida para ônibus.

Obus rapid transit (BRT) já é sucesso em todo mundo e faz parte das histórias bem-sucedidas brasileiras. Em 1979, Curitiba criou o primeiro sistema nacional com corredores segregados para ônibus, com estações onde o passageiro paga antes de entrar no veículo, acelerando o embarque e desembarque dos usuários. De lá para cá, cada vez mais cresce a demanda por transporte público eficiente, principalmente nas grandes cidades. E isso vem garantindo a expansão do BRT: um sistema que já beneficia 29 milhões de passageiros todos os dias em 163 cidades do mundo, segundo aponta relatório da Embarq, um programa de planejamento e transporte urbano sustentável do World Resources Institute.

O estudo é um importante balizador das soluções para o transporte público, principalmente nas grandes cidades. O relatório da Embarq - realizado em Bogotá, Cidade do México, Joanesburgo e Istambul - revela que os usuários podem economizar milhões de horas de tempo de viagem utilizando o BRT.

Em Istambul, por exemplo, os passageiros economizam 28 dias por ano com a redução do tempo de viagem. Já em Bogotá, a economia prevista é de aproximadamente US$ 288 milhão, com a redução de acidentes e mortes entre 1998 e 2017.

O C-40, que reúne líderes de grandes cidades do mundo para discutir e criar medidas contra as mudanças climáticas, também vem pesquisando a implantação dos BRTs. O estudo da instituição revela que 29 cidades, das 59 pesquisadas, iniciaram esquemas de BRT em 2013, contra 13 que tinham começado em 2011.

Investir em transporte público de qualidade muda os indicadores ambientais, sociais e econômicos de um município. A população brasileira já foi às ruas clamando aperfeiçoamentos no setor e quer medidas urgentes para melhorar o ir e vir do trabalho. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu valida a urgência dessas demandas e aponta a avaliação dos cidadãos sobre o setor.

Levantamento nas nove maiores capitais do Brasil, com 15,8 milhões de usuários do transporte público por dia, mostra que as dificuldades nos transporte reduz em 5% a produtividade do trabalhador. Na maior cidade da América Latina, o trânsito e os problemas de Mobilidade Urbana lideram os motivos de insatisfação, com nota 3,9. A pesquisa faz parte da 5ª. Edição do Irbem (Índices de Referência de Bem-Estar no Município) e tem como parâmetros notas de 0 a 10. Além do desconforto e dos problemas de mobilidade, os congestionamentos na capital paulista geram custos de R$ 50 bilhões por ano, aponta o economista Marcos Cintra, da Fundação Getúlio Vargas.

O BRT caminha como uma solução para as grandes cidades brasileiras. O sistema tem ainda custos muito mais atrativos em relação aos outros modais conforme mostra levantamento da rede C-40. O quilômetro de construção do Metrô varia de US$ 100 a US$ 350 milhões. Já o BRT, os custos variam de US$ 0,5 milhões a US$ 15 milhões por quilômetro.

O sistema de transporte público no país precisa avançar a passos largos para atender à crescente demanda da população. O brasileiro está cansando de ir e vir do trabalho em condições precárias e difíceis. É o momento de proporcionar maior dignidade a quem tanto constrói a riqueza do nosso país.

Novos ônibus precisarão ser refrigerados

LUIZ ERNESTO MAGALHÃES

O GLOBO – RJ    25/02/2014

Atualmente, apenas 19% dos veículos contam com ar-condicionado

As empresas de ônibus do Rio só poderão substituir veículos em operação por novos carros caso eles sejam equipados com ar-condicionado. A medida consta de um decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado ontem no Diário Oficial. Com a medida, a prefeitura tenta cumprir um plano anunciado há quatro anos, de tentar dotar toda a frota com ar-condicionado até 2016. Atualmente, a cidade conta com 8.725 coletivos, dos quais 1.658 (19%) são refrigerados.
O decreto, porém, não garante o cumprimento da meta, já que hoje a prefeitura permite que os ônibus em circulação tenham até oito anos de fabricação. O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osorio, explicou que a prefeitura criou uma comissão para estudar como a renovação será feita para se atingir a meta.

- Vamos trabalhar para cumprir o plano - disse Osorio.

A renovação da frota vem sendo planejada desde a licitação dos ônibus, em 2010, vencida pelas mesmas empresas que já operavam o sistema há décadas. Mas a implantação segue em ritmo lento. Em 2012, os ônibus com ar-condicionado equivaliam a 17,3 % do total da frota. Em 2013, a 18,7% dos veículos. No ano passado, o plano ficou praticamente parado. As empresas não investiram tanto na modernização da frota, alegando prejuízos com a suspensão, em junho, do reajuste das tarifas, de R$ 2,75 para R$ 2,95, em meio à onda de protestos que tomou o país. O aumento cancelado incorporava na planilha de custos os gastos com a aquisição de coletivos refrigerados. O custo voltou a ser levado em conta a partir do último reajuste, para R$ 3, que entrou em vigor este mês.

Sindicato: meta é viável 
O presidente do Rio Ônibus (sindicato das empresas), Lelis Marcus Teixeira, disse que o cumprimento da meta é viável. Ele lembrou que, na planilha de custos, existe uma previsão de que R$ 0,27 dos R$ 3 cobrados atualmente se destinem a investimentos para modernizar a frota. Lelis, no entanto, argumentou que o poder público também tem que fazer sua parte, combatendo o transporte clandestino por vans e Kombis nas zonas Norte e Oeste.

- O reajuste para R$ 3 trouxe segurança jurídica para os empresários e serviu de garantia para a obtenção de financiamentos para renovar a frota. A prefeitura apertou a fiscalização contra o transporte irregular na Zona Sul, mas isso tem que ocorrer em toda a cidade, para que as vans deixem de concorrer com os ônibus. Até mesmo para que os investimentos que o poder público tem feito em corredores exclusivos para o transporte de massa produzam o resultado esperado - disse Lelis.

Segundo o Rio Ônibus, mais 1.500 veículos com ar devem ser incorporados à frota até o fim do ano. Desse total, 157 entrarão em operação com o BRT Transcarioca (Barra-Tom Jobim), a ser inaugurado até junho. A idade média da frota em 2013 era de 3,55 anos. Em relação a anos anteriores, os veículos envelheceram. Em 2012, a idade média era de 3,35 anos, contra 3,27 em 2011. Em compensação, no período 2002-2010, esteve sempre acima de quatro. O melhor indicador da série é o de 1996, quando a frota tinha a idade média de apenas 2,52 anos.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Em Cuiabá, Dilma defende atraso em obras para Copa

O ESTADO - CE 25/04/2014

Ao participar de evento em Cuiabá, a presidente Dilma Rousseff fez uma defesa das intervenções do governo federal para Mobilidade Urbana na cidade, que acumula um dos maiores atrasos em entrega de obras para a Copa do Mundo entre as cidades-sede.

Dilma afirmou que as obras de VLT (véiculo leve sobre trilhos) que haviam sido prometidas para o Mundial não fazem parte do legado da Copa, apenas, mas tratam-se de investimento do governo que gerará resultados posteriores.

"Eu tenho certeza que é um dos maiores legados, viu, prefeito, um dos maiores legados que será deixado para Cuiabá. E não é só por causa da Copa, porque nem todas essas obras têm a ver com a Copa.

Observação: é muito cara de pau.

ANPTrilhos destaca os principais pleitos do setor metroferroviário brasileiro

Brasília 14/03/2014
 A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros – ANPTrilhos esteve presente, no Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13 de março de 2014, no X Seminário Nacional de Transportes Públicos organizado pela Associação Nacional dos Transportes Públicos – ANTP. Na abertura estiveram presentes o Secretário Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Julio Eduardo dos Santos, o Secretario de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, o Secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Julio Lopes, e o Presidente e o Diretor Comercial da ANPTrilhos, Joubert Flores e Vicente Abate.
 A ANPTrilhos, associação que congrega todos os operadores brasileiros de transporte de passageiros sobre trilhos, compactua com todos os pronunciamentos que, sem exceção, destacaram a importância dos sistemas urbanos sobre trilhos, principalmente os de grande capacidade, como a melhor solução para a sustentabilidade das grandes cidades brasileiras.
 O Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, destacou a importância de ser adotada uma política perene de obtenção de recursos, pois os investimentos em transporte de massa costumam ser de grande porte e longo prazo. A imprevisibilidade e descontinuidade destes recursos geram incertezas na operação e no planejamento destes empreendimentos. Joubert ressaltou que a situação fica seriamente prejudicada, quando esta situação afeta diretamente a qualidade de serviço da operação, frustrando as expectativas dos usuários e beneficiários.
 A ANPTrilhos apoia o renascimento da política de valorização do transporte sobre trilhos como sendo de importância vital quando atende corredores de grande demanda, conforme o panorama apresentado pelo Secretário Julio Eduardo, que destacou os projetos e os investimentos em metrô para Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Fortaleza.
 A questão da redução do custo da energia elétrica, uma das reivindicações mais importantes da ANPTrilhos, foi mencionada pelo Secretário Júlio Lopes. Segundo o Secretário, a energia elétrica, insumo básico para a operação dos sistemas eletrificados sobre trilhos, deve ter uma tarifa reduzida (no passado o desconto atingiu 75%) pois o transporte sobre trilhos é essencial para circulação nas grandes cidades.
 Ainda durante o evento, o Economista Paulo Rabelo de Castro projetou cenários sobre a política de não majoração das tarifas, principalmente dando destaque para os riscos inerentes resultantes desta conjectura. A ANPTrilhos defende que as políticas públicas sempre devam ir ao encontro da melhor gestão dos operadores, que reflita na garantia da busca contínua da melhoria na prestação dos serviços. Segundo o Diretor de Planejamento da ANPTrilhos, Conrado Grava, há várias experiências de políticas de complementação dos recursos obtidos pela venda dos títulos de viagem para tornar os operadores sustentáveis. Uma delas, no caso brasileiro, é a CIDE, que infelizmente ainda não conseguiu atingir os seus objetivos.
 A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) defende a inclusão do setor, de forma prioritária, nas políticas públicas de estímulo econômico, visando ampliar a condição de investimento no setor, que se reflete, diretamente, na qualidade dos serviços prestados, na qualidade ambiental de nossas cidades e na qualidade de vida do cidadão.

Dilma libera R$ 566 mi para mobilidade em JP

A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem, em solenidade no Palácio do Planalto, um pacote de R$ 3,85 bilhões para obras de Mobilidade Urbana em sete Estados. A Região Metropolitana de João Pessoa receberá R$ 566,8 milhões para obras do VLT Metropolitano, implantação de novas vias, corredores de ônibus e binário. Deste total, R$ 376,8 milhões são do Orçamento Geral da União (OGU) e R$ 190 milhões de financiamento público com juros subsidiados.

O prefeito Luciano Cartaxo esteve ontem em Brasília, participando da solenidade no Palácio do Planalto. Do total anunciado para a Paraíba, a cidade de João Pessoa será contemplada com R$ 400 milhões. A outra parte dos recursos (R$ 166,8 milhões) será para as obras do VLT na região metropolitana da capital.

"É o maior investimento em Mobilidade Urbana na história de João Pessoa", destacou o prefeito Luciano Cartaxo, que estava presente na solenidade. A sua expectativa é de já no segundo semestre do ano poder iniciar algumas das obras aprovadas no PAC 2. "Tudo isso é fruto do trabalho que nós fizemos em 2013 de apresentação dos projetos", destacou.

O secretário executivo de Mobilidade Urbana, Nilton Pereira, afirmou que os projetos elaborados pela Prefeitura de João Pessoa resultarão em grandes avanços na mobilidade da cidade, facilitando a ligação entre os bairros e as grandes avenidas. São seis projetos da PMJP que receberão recursos na área de Mobilidade Urbana. Um deles prevê a implantação de binário com faixa exclusiva entre os corredores Pedro II e terminal de integração do corredor Tancredo Neves. Já um outro projeto tem por objetivo a implantação de binário entre a Avenida Hilton Souto Maior e o anel viário em torno da UFPB.

Além da Paraíba foram beneficiados com os recursos do PAC 2 da Mobilidade Urbana o Distrito Federal (R$ 1,59 bilhão) e os Estados de Goiás (R$ 570,4 milhões), Rio Grande do Norte (R$ 335 milhões), Mato Grosso do Sul (R$ 72,83 milhões), Maranhão (R$ 245,08 milhões) e Tocantins (R$ 466,11 milhões).

Em 2013 foram anunciados mais de R$ 30 bilhões para Mobilidade Urbana em oito capitais: Recife (R$ 1,9 bilhões), Fortaleza (R$ 2,08 bilhões), Salvador (R$ 2,21 bilhões), Rio de Janeiro (R$, 2,6 bilhões), Belo Horizonte (R$ 2,5 bilhões), São Paulo (R$ 8,4 bilhões), Curitiba (R$ 5,06 bilhões) e Porto Alegre (R$ 5,04 bilhões). Já este ano a presidente Dilma anunciou recursos para Maceió (R$ 400 milhões), Piauí (R$ 611 milhões) e Manaus (R$ 419,6 milhões)

"Há três anos, começamos a construir uma parceria com os Estados e com os municípios. Parceria para selecionar investimentos em Mobilidade Urbana. As obras são identificadas por governadores e prefeitos, porque quem conhece a realidade e demanda das regiões, dos territórios de cada um dos municípios e Estados são eles", destacou a presidente Dilma Rousseff em seu discurso, ontem, no Planalto.

Ela classifica o investimento em Mobilidade Urbana como um investimento em qualidade de vida para a população. "A qualidade de vida numa cidade depende de algumas coisas.
Depende da qualidade do saneamento, por suposto, depende da qualidade do abastecimento de água e do transporte coletivo urbano de massas. Isso, supondo que se resolveu a questão da habitação. Esses fatores são essenciais para ter de fato de cidades que tenham condições de habitabilidade, de vida, de usufruir da vida", afirmou.

Já o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, destacou a importância do investimento. "A mobilidade é um dos temas mais recorrentes no país atualmente. Uma decisão acertada da presidente Dilma foi trazer essa discussão à tona e colocar em prática projetos e ações sobre a mobilidade na vida das pessoas. A presidenta está anunciando R$ 3,8 bilhões.

Porque esses valores, diferentemente de alguns modelos anteriores, contam com 100% de Orçamento Geral da União", destacou.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A verdadeira mobilidade (Artigo)

O ESTADO DE S. PAULO - SP | ESPAÇO ABERTO 22/04/2014
RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA

As grandes manifestações de meados do ano passado introduziram na pauta da sociedade um tema que até então estava praticamente restrito aos círculos especializados: mobilidade urbana. Inicialmente limitado à questão do aumento das tarifas do transporte público, logo o assunto ganhou amplitude e espaço nas mídias, tanto as tradicionais quanto as sociais. Ou seja, cada vez mais, passa a ser entendida como a existência de um conjunto de facilidades que assegure conforto e agilidade na locomoção para o trabalho, o lazer, a escola, o retorno ao lar, enfim, para qualquer local a que o cidadão tenha desejo ou necessidade de se deslocar, independentemente do tipo de veículo utilizado. 

Por essa definição se nota que praticamente nenhuma das grandes cidades do mundo atende integralmente aos requisitos desejáveis e cidades de porte médio já se encaminham a passos largos para a instalação do caos em suas ruas e avenidas. Palco de explosivo crescimento demográfico no século passado e com um traçado urbano que guarda características da época de sua fundação, há 550 anos, São Paulo é exemplar para a análise dos efeitos da visão distorcida que tratou por longo tempo o transporte urbano como uma questão isolada. Hoje a realidade mostra, com cruel clareza, que não é possível dissociar a Mobilidade Urbana do planejamento das políticas de habitação, educação, saúde e desenvolvimento econômico, entre outras. 

O sinal amarelo para o agravamento da situação já vem se acendendo há vários anos. Só para ficar nos cenários mais recentes, a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad 2012) registra aumento de 37% para 42,4% das famílias com pelo menos um carro, no período 2009-2012. Isso apesar de um indicador apontado por estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do mesmo ano, segundo o qual o gasto com o transporte privado é cinco vezes maior do que as despesas com transporte público. Evidentemente, a opção pelo automóvel é consequência do inchaço das cidades, causado pelo crescimento demográfico, que foi empurrando as moradias para locais distantes dos núcleos de trabalho e outros serviços urbanos, e pela deterioração da qualidade do transporte público, tanto pela insuficiente capacidade de embarque de passageiros quanto pela lentidão e pelo desconforto das viagens. Mais recentemente a preferência pelo transporte individual foi estimulada pela concessão de incentivos fiscais à indústria automobilística e pela facilidade de financiamento para compra de carros. 

A edição recém-divulgada da Pesquisa de Mobilidade, atualizada a cada cinco anos pelo Metrô de São Paulo, já traz os primeiros reflexos de tais decisões: houve uma redução no uso de transporte coletivo pelas pessoas de menor renda (queda de 2% na faixa até R$ 2.448, e de 4% na faixa R$ 1.248-R$ 4.976) ante um aumento no uso de transporte público em segmentos de maior renda (1% na faixa de R$ 4.976-R$ 9.330 e de 6% na faixa acima de R$ 9.330). O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, no artigo A São Paulo dos trilhos (Folha de S. Paulo, 10/3), credita o resultado a uma tendência mundial de libertação do transporte individual nos grandes centros, em busca de melhor qualidade de vida. "Além do congestionamento, as consequências diretas do uso do automóvel são a poluição ambiental e sonora, os acidentes e mortes no trânsito e a perda de tempo", observa ele. 

Outro ponto positivo revelado pela pesquisa é o aumento do número de viagens pelos trens do Metrô e da CPTM: en­tre 2007 e 2012 o salto foi de 45% (de 2,2 milhões para3,2 milhões de passageiros/dia) no primeiro modo e de 62% no segundo (de 1,3 milhão para 2,1 milhões de passageiros/dia). Ótima notícia para quem defende o transporte sobre trilhos. Já as viagens por ônibus aumentaram 13%, totalizando 12,5 milhões de viagens/dia, praticamente empatando com o automóvel, com 12,6 milhões de viagens, mas crescimento de 19%. Um detalhe curioso: embora com pequena participação no quadro geral, os deslocamentos de bicicleta e a pé também cresceram no período, respectivamente, 7% e 9%. Essa uma boa notícia para os adeptos da vida saudável. Um indicativo de que a escolha do tipo de transporte se vincula a outras questões é o comparativo da evolução dos deslocamentos de estudantes. Pela primeira vez desde 1967, há mais alunos utilizando o modo motorizado do que a pé, numa divisão meio a meio. O que indica uma ligação entre segurança e transporte urbano. 

Para a maioria dos cidadãos a Mobilidade Urbana significa contar - além de transporte público de qualidade - com calça das bem cuidadas, ruas iluminadas e sem buracos, policiamento adequado, vias bem sinalizadas, sistema semafórico inteligente e resistente às chuvas. E até mesmo significa poder utilizar o veículo individual, quando lhes for conveniente, sem terem de enfrentar congestiona­mentos e enormes dificuldades para estacionar. 
Assim, a mobilidade vai além das conclusões, embora corretas, dos pesquisadores do Metrô. Segundo eles, "os resultados sugerem que há correlação entre dados e políticas públicas do período: novos investimentos na rede metroferroviária, favorecendo maior integra­ção, e mais opções de transporte; ampliação da integração tarifária, abrangendo transporte intermunicipal de ônibus; ampliação do transporte escolar; restrição afretamentos; incentivos à compra de automóveis, ampliando a demanda até classes de menor renda". 

No melhor sentido, a mobilidade é também a garantia, para todos os cidadãos, do acesso aos serviços, essenciais ou não, oferecidos pela cidade onde escolheram viver, gerar renda com seu trabalho e pagar parte dos seus impostos. 

Entendida como um conjunto de facilidades que assegure conforto e agilidade na locomoção

* PRESIDENTE DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS JURÍDICAS E DO CONSELHO SUPERIOR DE ESTUDOS AVANÇADOS (CONSEA) DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP)

Implantação do VLT e do BRT deve desatar o nó cego do trânsito de Maceió

MAURÍCIO GONÇALVES

GAZETA DE ALAGOAS - AL | CIDADES 23/02/2014

Rede interligará corredores de transporte coletivo
O arquiteto e urbanista Manoel Messias é uma das cabeças pensantes dosprojetos de Mobilidade Urbana de Maceió. Já integrou a CBTU, o governo do Estado e hoje está à frente da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla). Messias explica que todo o esforço para desatar o nó cego do trânsito deve se concentrar na implantação de uma rede integrada de três grandes eixos de transporte coletivo.

O primeiro (e principal) é o corredor das avenidas Durval de Góes Monteiro e Fernandes Lima com a implantação do VLT elétrico. O segundo eixo é a Avenida Menino Marcelo (antiga Via Expressa) com o BRT ramificando-se pelo Barro Duro, Rotary, Feitosa, Jacintinho e Cruz das Almas. Já o terceiro é a atual linha do VLT a diesel, seguindo de Rio Largo pela orla lagunar, Centro e Jaraguá até o shopping de Mangabeiras.

"No início da gestão, nós começamos a desenhar uma rede que pudesse articular os principais corredores, imaginando pontos de conexão e de obras de arte (viadutos, passagens de nível) para agilizar a autonomia e a velocidade do transporte público", informa o secretário de planejamento, com uma ressalva: "Se você tem um VLT ou BRT todo seccionado (por cruzamentos e paradas em sinais) não adianta, não adquire velocidade".

Estação Uruguai do metrô será inaugurada no Rio

06/03/2014 - O Globo
‘Atenção, senhores passageiros. Próxima parada: Uruguai. Estação final. Desembarque pelo lado esquerdo." Após 30 anos de espera, finalmente os trens chegarão à estação Uruguai do metrô, cuja inauguração está prevista para a segunda quinzena deste mês. Moradores e comerciantes da região da Muda e da Usina contam como a novidade influenciará suas vidas.

O advogado Carlos dos Santos, de 73 anos, morador da Rua Uruguai próximo à Homem de Mello, afirma que aguardou 30 anos pela abertura da estação. Ele se lembra quando, na entrega das estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Peña, em 1982, o então presidente, João Figueiredo, no discurso de inauguração, prometeu que a linha seria estendida até a Rua Uruguai a partir do ano seguinte.

— Não sei por que a ideia não foi para a frente. Acabou caindo no esquecimento — diz, relembrando um fato curioso. — O projeto na época visava à extensão até a esquina da Rua Uruguai com a Conde de Bonfim. A realidade é que ela hoje só foi até a Itacuruçá. Até entendo, pois já havia uma escavação da Saens Peña até ali, chamada de Rabicho da Tijuca, onde os trens eram guardados. Se fosse até a Uruguai seriam gastos mais alguns milhões com escavações e desapropriações. Mas está de ótimo tamanho — diz.

Colecionador de tudo o que remeta ao Rio Antigo e à Tijuca, Santos tem até hoje panfletos, bilhetes e carteiras do metrô daquela época.

— Eu morava na Rua Henry Ford, a poucos metros da Saens Peña. Foram cerca de cinco anos de obras e muitos transtornos. O governo distribuiu panfletos informativos, e bilhetes e carteirinhas para os moradores da região pegarem conduções gratuitamente, como uma maneira de ressarcir os prejuízos causados pelas obras. Aqui não houve isso, mas o transtorno daquela época nem se compara com o atual. A tecnologia e os tempos são outros — relembra.

Os tijucanos da nova geração também sentirão o prazer de ver o nascimento de uma nova estação. É o caso do despachante Paulo Roberto Júnior, morador da Dona Delfina, e do engenheiro Robson Fontinele, que reside na Conde de Bonfim, na esquina com a Marechal Trompowsky, na Muda. Ambos com 27 anos, usam os serviços do metrô diariamente para irem ao trabalho. Eles afirmam que a novidade caiu como uma luva.

— Acho que esse fato é histórico para a cidade e para o bairro, como na inauguração em 1982. Para nós, haverá economia de tempo e dinheiro. Além de mais conforto. Hoje, temos de pegar uma integração até a Saens Peña, o que custa mais caro. O trânsito na Conde de Bonfim está muito ruim. Demoramos quase 15 minutos nesse trajeto. Com a estação, desembarcarei na porta de casa — comemora Júnior.

Já Fontinele andará cerca de 500 metros. Uma desafogo para quem estava caminhando quase dois quilômetros.

— Está ótimo. Saí ganhando. Devido ao tráfego congestionado, tenho feito a pé o trecho entre a Saens Peña e minha casa. Acho que todos os moradores da região da Muda estão contentes com a nova estação Uruguai — diz.

A comerciante Rosa Castro comemora a novidade, mas com um pé atrás. Ela acha que, com o aumento do movimento, sua loja de roupas poderá sair lucrando. Porém, faz um apelo aos órgãos públicos: que deem mais atenção à região.

— Na Saens Peña vejo muitos guardas municipais coibindo o comércio de ambulantes e os trombadinhas. Espero que eles não esqueçam as imediações da Rua Uruguai. Quando o fluxo de pessoas aumenta, é preciso ficar atento para que também não vire uma bagunça — cobra.

Tatuzão dispensado das obras
A quarta estação da Tijuca, assim como disse Carlos Santos no começo da reportagem, foi construída onde era o chamado Rabicho da Tijuca, uma área escavada de cerca de um quilômetro entre a Saens Peña e a Rua Itacuruçá, onde os trens ficavam guardados. Devido a isso, o famoso “tatuzão” não precisou ser usado.

— Sem dúvida, aproveitar o trecho já escavado adiantou e ajudou muito nas obras. Ganhamos tempo e dinheiro — diz Joubert Flores, diretor de engenharia do metrô.

O Rabicho tem dois andares: embaixo ficará a plataforma; na parte superior, onde funcionava um estacionamento para carros, uma área permaneerá como espaço para vagas, coordenado por uma empresa terceirizada que ainda está em processo de licenciamento; e na outra serão construídos 200 metros de mezanino.

O empreendimento, que custou cerca de R$ 260 milhões aos cofres públicos, ocupa área total de sete mil metros quadrados. A plataforma tem 300 metros de extensão. São cinco acessos: um na Rua Dona Delfina, e dois na Itacuruçá e na Conde de Bonfim, próximos à Visconde de Cabo Frio.

Os passageiros utilizarão dez escadas rolantes e seis elevadores (quatro no nível rua/mezanino e dois no nível mezanino/plataforma, sendo estes exclusivos para pessoas com deficiência). Deficientes visuais contarão com piso podotáctil em toda a estação.

— Tivemos uma grande preocupação com a questão da acessibilidade — assegura o diretor de engenharia.

Depois de quase quatro anos de obras (iniciadas no primeiro semestre de 2010), a estação havia sido prometida apenas para dezembro de 2014, mas o trabalho foi intensificado para atender à demanda gerada pela Copa do Mundo, a ser realizada nos meses de junho e julho.

— As obras físicas estão concluídas desde fevereiro. Só estamos fazendo os retoques finais e alguns testes operacionais para enfim entregar a estação à população carioca, principalmente aos tijucanos, que estão ansiosos para essa inauguração — explica Flores.

A nova linha é também uma aliada da sustentabilidade: quando estiver em funcionamento, a estação vai propiciar uma redução de 46% na quilometragem percorrida pelos ônibus de integração (de 132 mil quilômetros/mês para 71 mil quilômetros/mês), gerando uma diminuição na emissão de gás carbônico na região.

União anuncia R$ 3,8 bilhões para mobilidade de sete cidades

GAZETA DO POVO – PR 14/03/2014

O governo anunciou ontem que aplicará R$ 3,8 bilhões do PAC Mobilidade em sete cidades brasileiras. Os investimentos vão financiar projetos em Brasília, Goiânia, Palmas, João Pessoa, Campo Grande, São Luís e Natal. As informações são da Agência Brasil. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse que o dinheiro será transferido sem necessidade de complementação dos estados e municípios beneficiados. O dinheiro pode ser investido em obras de construção de metrôs, monotrilhos, aeromóveis, Trens Urbanos, veículos leves sobre trilhos (VLT), BRTs, corredores de ônibus e teleféricos, entre outras.

Em janeiro, a partir de dados do Portal da Transparência e da ONG Contas Abertas, embora o governo federal tenha publicado uma dotação de R$ 2,3 bilhões em recursos para mobilidade e trânsito no país, pouco mais da metade dessas verbas foram realmente autorizadas, o equivalente a R$ 1,5 bilhão. Não bastasse a redução do orçamento previsto, apenas R$ 829 milhões (55%) foram empenhados e têm realmente chance de serem aplicados.

1º estação de Fortaleza será desativada


09/01/2014 - Diário do Nordeste
Após 141 anos de história, a Estação Ferroviária João Felipe, a primeira de Fortaleza, que fica localizada no Centro da cidade, será desativada na próxima segunda-feira (13). A partir desse dia, os oito mil passageiros que passam pelo espaço diariamente farão seu embarque e desembarque através de uma estação provisória, localizada no fim da Rua Padre Mororó.

Na área onde hoje estão os trilhos será construído um percurso subterrâneo para a Linha Leste da Companhia do Metrô de Fortaleza (Metrofor). O projeto de escavação atingirá parte do terreno próximo aos trilhos da Linha Oeste, que faz parte da Estação João Felipe.

Após vários anos utilizando aquela estação ferroviária durante o seu deslocamento de casa para o trabalho, o mestre de obras Osmar Batista vai ter que fazer um caminho diferente. "No começo vai ser muito esquisito, pois esse lugar faz parte da nossa vida", admitiu.

Osmar Batista também destacou que com o passar dos anos faltou manutenção para aquele espaço. A sujeira, além da falta de cuidado, acaba prejudicando parte da aparência do local, que ainda dispõe de uma bela estrutura. Ele espera que todo esse lugar possa ser revitalizado e, consequentemente, utilizado pela população.

A empregada doméstica Antônia Cláudia Moura não concorda com a desativação da João Felipe, devido à sua história. "Um local como esse deve ser usado pra sempre".

Agora, ela teme que a estação provisória não possa comportar o número de passageiros que passam todos os dias pela Linha Oeste. "Será que um local provisório vai conseguir aguentar toda essa gente que passa por aqui", perguntou Antônia Cláudia.

Para que os passageiros possam ficar sabendo da mudança, a assessoria do Metrofor informou que existem equipes orientando as pessoas sobre as mudanças que acontecerá na próxima semana. A estação provisória fica no fim da Rua Padre Mororó, ao lado da Estação Chico da Silva, que faz parte da Linha Sul do metrô de Fortaleza.

No local onde ficará a estação provisória, é possível observar que ainda existe muito trabalho a ser feito até a próxima segunda-feira. Na tarde de ontem, a estrutura ainda estava sendo montada pelos operários. Até agora, apenas as barras de ferro que farão parte da estrutura e os tijolos que vão ficar no chão.

Projeto
De acordo com o Metrofor, existe um projeto do governo do Estado para transformar aquela área da estação ferroviária em um equipamento cultural com a criação de museus, restaurantes e praças. Porém, até agora, ainda não há uma data para o início desse plano.

A Linha Leste do metrô de Fortaleza, que tem a sua construção como o motivo para a desativação da João Felipe, é um projeto orçado em cerca de R$ 3,5 bilhões. Uma linha totalmente subterrânea com traçado de 12,4 quilômetros de extensão. A obra fará a ligação entre o Centro, partindo da estação Chico da Silva, até o Fórum Clovis Bevilaqua, no bairro Edson Queiroz.

Equipamento foi o 1º erguido em Fortaleza
A primeira estação ferroviária de Fortaleza teve a sua construção iniciada em 1871 e, na época, chamava-se Estrada de Ferro de Baturité. Nesse mesmo ano, a primeira locomotiva da estrada de ferro, batizada de Fortaleza, chegou à Capital. Após dois anos, aconteceu a inauguração da Estação Central, como também ficou conhecida. Somente sete anos mais tarde foram construídos o Chalé da Diretoria e Oficinas.

Em 1880, o espaço foi reinaugurado depois de passar por alterações definitivas num projeto do engenheiro Henrique Flogare. A reforma do prédio foi executada com mão de obra de retirantes da seca do ano de 1877. O terreno era da sesmaria de Jacarecanga de procedência da família Torres. A estação passou por uma segunda reforma em 1922, por ocasião do centenário da independência brasileira.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

População de Cuiabá só vai usar VLT a partir de 2015



06/03/2014 - G1 MT
Somente a partir de 2015 a população de Cuiabá e Várzea Grande, cidade da região metropolitana da capital, poderá utilizar o sistema de transporte coletivo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A construção do metrô de superfície foi lançada para a Copa do Mundo deste ano e até foi incluída entre os compromissos do estado com a Fifa na Matriz de

Responsabilidades, mas a falta de planejamento e atrasos nos trabalhos agora levam a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) admitir que seu projeto mais caro - licitado por R$ 1,477 bilhão - não atenderá ao evento que motivou o lançamento das obras.

Em entrevista ao G1, o secretário Maurício Guimarães, da Secopa, esclareceu na última sexta-feira (28) que, apesar da meta de concluir parte das obras do VLT entre o Aeroporto Marechal Rondon e o porto de Cuiabá até a Copa do Mundo, na prática não existe possibilidade de a população local e os visitantes usufruírem do novo modal durante o evento nem depois dele ao longo deste ano.

"Para a Copa do Mundo, não. Eles [a população] vão usufruir para o transporte público a partir – e completamente – a partir de 2015, porque a obra vai finalizar no final de dezembro de 2014", anunciou o secretário, após diferentes datas e previsões feitas pelo governo em relação ao término das obras.

Prazo descumprido


Lançado em 2011 em substituição ao sistema de corredores exclusivos para ônibus Bus Rapid Transit (BRT), o projeto do VLT foi homologado em meio a indícios de fraude no Ministério das Cidades, mas acabou recebendo financiamento federal e sendo licitado em junho de 2012 por meio do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) - novo modelo de licitação menos rígido que o imposto pela lei 8.666/93 e autorizado pelo governo federal para obras da Copa.

Sob o nome Consórcio VLT Cuiabá, um grupo de empreiteiras venceu a licitação e se comprometeu no contrato com prazo para término das obras em 13 de março deste ano.
Apesar do prazo exíguo para a realização, à época a obra foi envolvida por otimismo: mesmo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a assegurar que o novo sistema seria concluído antes da Copa e, até outubro de 2013 - a despeito da lentidão das obras - Secopa e Consórcio ainda insistiam que o prazo contratual seria cumprido.

Somente depois disso o governo mudou o discurso, passou a falar em trechos prioritários para a locomoção de turistas durante a Copa e a classificar o VLT como um “legado” para a população local que teria sido proporcionado pela “janela de oportunidades” aberta pela Copa. Depois, o governo estadual passou a dizer que todas as obras da Copa seriam entregues com exceção da totalidade do projeto do VLT. Por fim, a Secopa admitiu a assinatura de um termo aditivo ao contrato original para estender o prazo de execução das obras, procedimento que ainda não foi publicado pelo Diário Oficial do Estado (DOE).

Obras

Enquanto negocia a extensão do prazo junto ao governo estadual, o consórcio responsável pelas obras está iniciando a implantação dos 22 quilômetros de trilhos da via permanente do VLTprevistos no projeto original.

O primeiro trecho é o que sai do futuro centro de controle, ao lado do Aeroporto Marechal Rondon, passando por um viaduto construído para a passagem do trem na Avenida João Ponce de Arruda (em frente ao terminal) para seguir até a Avenida da FEB, ainda em Várzea Grande, e chegar pelo menos até o Porto de Cuiabá até a Copa. A ideia, segundo o secretário, é finalizar as obras neste trecho prioritário para acabar com as interferências e proporcionar a mobilidade dos visitantes até a rede hoteleira.

Ainda segundo Maurício Guimarães, os trilhos estão sendo instalados no viaduto e ainda não desceram ao nível da rua na Avenida João Ponce de Arruda, onde ainda estão sendo encerrados serviço de drenagem e de implantação das calçadas para a aplicação de concreto na base dos trilhos – os quais devem somar até 7,2 quilômetros até o futuro terminal do porto de Cuiabá, cuja construção já foi iniciada. A previsão do governo é de que, durante a Copa, o trem esteja em fase de testes neste trecho.

Governo de Minas contesta Lula sobre metrô de BH

O GLOBO – RJ 17/02/2014

Nota diz que União é responsável pela paralisação nas obras

BELO HORIZONTE > O governo de Minas Gerais reagiu ontem às críticas do ex-presidente Lula sobre a demora na ampliação do metrô em Belo Horizonte. Na última sexta-feira, durante a comemoração do aniversário do PT na capital, Lula afirmou que as obras ainda não saíram do papel por falta de projeto básico, que deveria ter sido providenciado pelo governo mineiro, comandado pelo governador Antonio Anastasia, do PSDB, partido do senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência.

Em nota, o governo mineiro disse ser de inteira responsabilidade do governo federal a expansão das linhas do metrô. O estado se queixou de que, nos últimos anos, sob a gestão petista no governo federal, a obra ficou totalmente parada, comprometendo a Mobilidade Urbana na terceira maior região metropolitana do país . A nota diz ainda que, neste período, o governo mineiro se ofereceu para colaborar, fazendo vários esforços para sensibilizar o governo federal no sentido de retomar as obras .

Em resposta a Aécio, que tinha criticado o valor dos repasses para obras de grande impacto, como o metrô, Lula declarou sexta-feira que a ampliação do Trem Urbano só não saiu por culpa do governo do estado:

- A verdade é que o metrô está precisando de um projeto do governo de Minas. Nós somos republicanos, mas não somos tontos para repassar verba para obra sem projeto.

Segundo o governo mineiro, o convênio para liberação de recursos para elaboração dos projetos só foi assinado pelo governo federal em abril de 2013: Os projetos de engenharia estarão concluídos em abril de 2014, em apenas 12 meses, prazo recorde para projetos de tal complexidade. Portanto, o governo do estado está rigorosamente em dia com as obrigações assumidas .

A São Paulo dos trilhos (Artigo)

Jurandir Fernandes

10/03/2014

Na região metropolitana de São Paulo, as classes populares têm andado mais de carro e moto, e os mais ricos, de transporte público

A população de menor renda passou a utilizar mais o carro para realizar suas viagens na Grande São Paulo. Na outra ponta, famílias com renda mais alta estão usando mais o transporte público.

Em 2007, 23,4% da população com renda de até R$ 1.244 realizava suas viagens pelo modo individual, que inclui também as motos. Em 2012, o percentual subiu para 25,2%.

Entre as famílias com renda acima de R$ 9.300, tem ocorrido o fenômeno inverso. As viagens individuais caíram de 82,2%, em 2007, para 75,9%, em 2012. E o percentual de pessoas nessa faixa de renda que passou a usar transporte público aumentou de 17,8% para 24,1%.
Ou seja, as classes populares têm andado mais de carro e moto, e os mais ricos, de transporte público.

Os dados fazem parte da última Pesquisa de Mobilidade realizada pelo Metrô de São Paulo referente ao ano de 2012, e atualizada a cada cinco anos. As entrevistas foram feitas num universo de 8.115 domicílios, entre agosto e dezembro de 2012 e março e abril de 2013.

A grande explicação para a mudança no meio de locomoção entre a população de menor renda deve-se à política de incentivos do governo federal com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a facilidade na compra financiada de automóveis e motos.

O comportamento das classes mais altas segue uma tendência mundial de cada vez mais se libertar do transporte individual para realizar as viagens de ida e de volta ao trabalho. Nos grandes centros urbanos, os carros são incompatíveis com a qualidade de vida. Além do congestionamento, as consequências diretas do uso do automóvel e de motos são a poluição ambiental e sonora, os acidentes e mortes no trânsito e a perda de tempo.

A boa notícia é que, nos últimos cinco anos, houve um aumento considerável da participação do transporte sobre trilhos entre os modos de viagem da população na região metropolitana de São Paulo. As viagens realizadas por metrô cresceram 45% e as de trem, 62%. Nos ônibus municipais de São Paulo, o aumento foi de apenas 8%.

Esses dados são resultados dos investimentos do governo Alckmin na rede metroferroviária paulista, que hoje conta com 335 quilômetros que atendem a 22 municípios com uma tarifa única integrada de R$ 3.

Em 2013, o Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) bateram recorde de passageiros transportados: 2,09 bilhões. As duas companhias são responsáveis por oferecer a maior oferta de transporte público em São Paulo. Diariamente, 7,4 milhões de passageiros usam trem e metrô. Nos ônibus municipais da capital, são 6,8 milhões de passageiros por dia.

Só a linha 3 do metrô, que liga as regiões leste e oeste da cidade de São Paulo, transporta em um dia 1,5 milhão de usuários, o equivalente à população da capital do Uruguai.

Moradores de São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul foram beneficiados com a extensão da linha 2 do metrô até Vila Prudente e a nova integração da linha 10 da CPTM. De 2007 a 2012, houve aumento de 71% nas viagens de metrô e de 85% nas de trem nessa região.

Nos últimos anos, o governo de São Paulo aumentou os investimentos na rede metroferroviária, com quatro obras de metrô e três de trem sendo realizadas simultaneamente. São 78 quilômetros em construção. Também estão sendo implantados 66 quilômetros de novos corredores de ônibus intermunicipais.

A integração do sistema sobre trilhos com o Bilhete Único e o Bilhete Metropolitano (BOM), a inauguração de novas estações, a integração gratuita entre a CPTM e o Metrô são alguns dos fatores que explicam a entrada de passageiros nos transportes metropolitanos.

Além da revisão das regras de uso e ocupação do solo, os investimentos em uma rede de transporte público de qualidade são a solução para a mobilidade em grandes cidades como São Paulo.

JURANDIR FERNANDES, 65, é secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo

Velhos, trens urbanos desperdiçam energia

FOLHA ON-LINE- 10/03/2014|

Metade da frota de quase 4.000 Trens Urbanos e metrôs do Brasil, comprada em sua maioria nas décadas de 1970 e 1980, consome 30% mais energia que os modelos mais modernos.

É o que aponta levantamento da associação do setor ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), cujo presidente, Joubert Flores, convive com o pior exemplo na própria casa: um dos trens da empresa que ele dirige, o Metrô do Rio, é o que mais consome energia no mundo.

O trem foi construído em 1978 pela Mafersa, estatal adquirida pela francesa Alstom anos depois. Pesando 40 toneladas, ele utiliza uma tecnologia antiga de tração (por corrente contínua), já substituída nos trens mais modernos.

O alto consumo de energia tem impacto no sistema elétrico nacional, já que os sistemas ferroviários de passageiros consomem 0,5% da energia do país, grande parte nos horários de pico.

Mas o principal prejudicado, para Flores, é o passageiro, que tem de pagar por isso. Dos custos da supervia (Trens Urbanos do Rio de Janeiro), 25% são para a energia. Na CPTM (Trens Urbanos de São Paulo), o valor é 16%. Essas empresas já começaram a modernizar seus trens.

Uma mudança na lei para que a energia usada pelas empresas de transporte de passageiros seja taxada de forma igual à das concessionárias de água faria os custos das tarifas cair entre 5% e 10%, segundo estimativas do setor.

Seria correspondente ao valor de R$ 0,20, número que virou o símbolo das manifestações de junho de 2013 - foi o valor do aumento da tarifa de ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro naquele ano, depois revogado após a mobilização da população.

O projeto para essa mudança tramita desde 2008 no Congresso, segundo seu relator, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). De acordo com ele, a proposta é reduzir o valor de vários custos do transporte para repassá-los às tarifas.

Pelos cálculos, o governo teria que compensar as empresas de energia com R$ 300 milhões a R$ 400 milhões ao ano para reduzir a conta de luz das ferrovias. Segundo Zarattini, a proposta deveria ter sido aprovada no ano passado. Mas, como o governo está em dificuldade fiscal, não há um novo prazo. Quando houve o aperto fiscal, virou palavrão falar em desoneração.

Mas a ANPTrilhos está propondo ao governo federal usar os recursos dessa desoneração para trocar sinalização e os motores de toda a frota nacional num prazo de dez anos. O custo seria de R$ 2,8 bilhões. Isso ajudaria a reduzir o consumo e a aumentar a disponibilidade de trens.

Joubert Flores defende esse programa porque o governo está anunciando projetos novos de trens e metrôs. Ao menos 60 projetos de Ferrovia de passageiros foram anunciados, mas a associação acredita que apenas 22 tenham chance de ficar prontos até 2020.

Mas Flores informa que não há recurso disponível para melhorar o sistema existente, que atende a 9 milhões de passageiros/dia. Reduzir as tarifas não vai levar os passageiros a ter o que pediram durante os protestos: melhor qualidade do serviço. Para isso, são necessários investimentos, que, hoje, não podem ser feitos com os recursos das tarifas. Outro benefício, segundo Flores, seria incentivar a indústria ferroviária nacional.