terça-feira, 17 de junho de 2014

Metrô de Salvador é inaugurado


11/06/2014 - G1 Bahia
Catorze anos após o início das obras, a primeira etapa da Linha 1 do metrô de Salvador foi inaugurada na manhã desta quarta-feira (11). A viagem oficial do veículo foi marcada pela presença da presidente Dilma Rousseff, que percorreu 5,6 km no trajeto que envolve as estações do Acesso Norte até o Campo da Pólvora.

Com a presidente a bordo, o metrô realizou o percurso de ida e de volta no final desta manhã, sob forte esquema de segurança. A presidente não percorreu a extensão total da primeira etapa da Linha 1 - que tem 7,3 km -, porque o trecho de acesso à Estação do Retiro só irá entrar em operação no final do mês de junho.

Após ter feito o primeiro passeio no metrô de Salvador, a presidente Dilma Rouseff se juntou ao governador da Bahia, Jaques Wagner, e o prefeito de Salvador, ACM Neto, para oficializar o início das operações na capital baiana.
"Demorou 14 anos para ficar pronto. Houve uma série de impedimentos. O tamanho dos impedimentos não interessa. O que interessa é que colocamos o metrô para rodar e servir à população", afirmou Dilma.

A presidente comentou sobre os rumores de protesto durante a Copa do Mundo afirmando que não vai aceitar ações de vândalos. "Não teremos a menor contemplação (sic) com quem quiser atuar com vandalismo". Na avaliação do governo, o esquema de segurança é "quase perfeito". A presidente aproveitou a inauguração para falar sobre os gastos com o mundial.
Dilma afirmou que discursos sobre suposto "desvio" de dinheiro de áreas como educação e saúde para a construção dos estádios tentam "politizar algo que não deve ser politizado". Sobre o assunto, ela diz que se houve algum gasto superfaturado em obras da Copa, "o responsável irá pagar".

Linha 1
O trecho que foi liberado nesta quarta-feira (11) integra o roteiro da Linha 1, que tem a previsão de ser concluída em janeiro de 2015, quando deve chegar até Pirajá. Segundo o Governo do Estado, a linha completa tem investimento de R$ 8,7 milhões.

Até o final de junho, o funcionamento do metrô de Salvador será de segunda a sexta-feira, das 12h às 16h, com entrada gratuita e com capacidade de passageiros limitada. A chamada "Operação Assistida" marca a inauguração da primeira etapa da linha 1, que passa pelas Estações da Lapa, Campo da Pólvora, Brotas e Acesso Norte.

Esse período assistido irá até o dia 14 de setembro. No dia 5 de junho, Jaques Wagner fez uma visita às obras do sistema metroviário.

Funcionamento
A partir desta quarta-feira, quatro trens, com capacidade para 200 pessoas sentadas e 800 em pé, vão operar. O percurso total tem 7,3 km de extensão e será percorrido em 18 minutos, com 30 segundos de parada em cada estação.
Somente com a "Operação Comercial", que será realizada a partir do mês de setembro, haverá integração com os terminais de ônibus.

Com exceção da Estação do Retiro, que ainda está em conclusão, os demais terminais passam atualmente por ajustes de revitalização e limpeza. Nesta quarta-feira, os passageiros irão embarcar normalmente da Lapa até o Acesso Norte. Somente para se completar o trecho e chegar ao Retiro haverá redução no número de viagens, que terão que ser programadas.
Copa do Mundo
Nos dias dos jogos da Copa do Mundo, somente terão acesso ao metrô portadores de ingressos para as partidas. A entrada será gratuita. "Durante jogo da Copa, existe um esquema especial. Nos dias de jogos, o metrô começa a operação cinco horas antes e termina três horas após o jogo para pessoas que foram cadastradas e pegaram a pulseirinha com direito ao uso do metrô", disse Harold Peter, presidente da CCR.

Acesso ao metrô
Os passageiros que pretendem usar o sistema de metrô podem ter acesso às cinco estações disponíveis de diferentes formas.

Confira abaixo os locais de entrada:

Para acesso à Estação da Lapa, o usuário deve ingressar unicamente pelo Terminal Rodoviário da Lapa;
Para acesso à Estação do Campo da Pólvora, deve ingressar pelos dois lados da Praça Dom Pedro II;
Para acesso à Estação de Brotas, deve ingressar pela passarela do Shopping Bela Vista e BR-324:
Para acesso à Estação do Retiro, deve ingressar pela Rua Baixa de Santo Antônio.


Horário
Conforme informado pela CCR, o metrô irá operar em Salvador, durante a fase assistida, de segunda a sexta-feira. Aos poucos, o sistema irá prolongar o horário de funcionamento. No mês de junho, o transporte irá atender a população das 12h às 16h; em julho das 10h às 16h; agosto das 9h às 16h; e em setembro, das 8h às 16h.

Histórico
O metrô de Salvador começou a ser construído no ano 2000 e deveria ter ficado pronto em 2003. A Linha 1 foi projetada para ter 12 quilômetros, ligando o centro de Salvador ao bairro de Pirajá, mas só 7,3 quilômetros estarão prontos até o início da Operação Assistida.

Em abril de 2013, o Governo da Bahia assumiu a gestão do metrô de Salvador, que até então, era da Prefeitura Municipal.

Mesmo com o início da operação, a Linha 1 do metrô não está concluída. O Governo da Bahia prevê ainda a entrega das estações de Bom Juá e Pirajá, que completam a Linha 1, em janeiro de 2015. Já a Linha 2, que vai até o Aeroporto Internacional de Salvador, deve ser finalizada até abril de 2017.
De acordo com o Governo da Bahia, ao todo, o Sistema Metroviário terá investimento de R$ 3,6 bilhões, sendo que R$ 1,4 bilhão da CCR, R$ 1,2 bilhão do Governo Federal e R$ 1 bilhão do Governo Estadual.

http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/06/metro-de-salvador-e-inaugurado-

Cinco principais projetos de mobilidade só sairão após o Mundial

Paula Cristina - Agências
DCI – 21/05/2014

SÃO PAULO - As cinco obras prioritárias de Mobilidade Urbana previstas para ter entrega antes da Copa do Mundo não ficarão prontas, segundo balanço da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

Para a entidade, os projetos - o monotrilho de Manaus (AM) e o de São Paulo (SP), além do VLT em Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Fortaleza (CE) - podiam ser uma forma de ampliar a mobilidade para o brasileiro de forma mais ágil. "A oportunidade da Copa do Mundo poderia ter sido melhor aproveitada, mas a sociedade vai herdar alguma estrutura desses jogos", argumentou o presidente do Conselho da ANPTrilhos, Joubert Flores. 

Na opinião do executivo, o tempo gasto para aprovação de projetos e viabilização das obras juntos ao pode público é grande no País. "Para cumprir todas as exigências (para concluir uma obra), você precisa de um tempo muito grande no Brasil", afirmou. "Pode até ter faltado gestão em algum projeto, mas seria leviano fazer essa afirmação. Você só pode tomar iniciativa quando tem recursos para fazer", reconheceu. O recurso para essas obras são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Flores argumentou, ainda, que há uma "lacuna de investimentos" em obras de infraestrutura no Brasil. 

Enquanto os projetos prioritários de transportes urbanos não saem do papel, a entidade apurou que o número de passageiros transportados no sistema metroferroviário brasileiro aumentou 8% em 2013 ante 2012. O crescimento, segundo a entidade, ficou muito acima da expansão da rede no País, o que mostra a necessidade de avanço mais rápido. 

Em 2013, foram 2,7 bilhões de passageiros transportados, ante 2,5 bilhões de pessoas em 2012. A expectativa da associação é que o número chegue a 3 bilhões ainda este ano. 

"Tivemos um crescimento de demanda muito maior que o crescimento de rede, o que mostra necessidade de expansão dessas redes", afirmou Flores. 

De 2010 até 2013, o aumento médio foi de 11% ao ano. Em 2010, foram transportadas 1,9 bilhão de pessoas no País. Por dia, o crescimento foi de 2,2% em 2013 em relação a 2012 e chegou a 9,3 milhões de passageiros diários. 

"Uma vez que o País transporta 8% a mais de passageiros em relação a 2012, com um aumento inexpressivo da rede, está demonstrado claramente que o setor transporta sobre trilhos uma quantidade de usuários no limite de sua capacidade, o que explica os altos níveis de lotação dos principais sistemas", diz. 

De acordo com números da associação, a existência de sistema metroferroviário é responsável por tirar 1,1 milhão de carros além de mais 16 mil ônibus por dia dos centros urbanos nos quais há metrôs e Trens Urbanos ajudando a diminuir a poluição e a melhorar o tráfego nas grandes cidades.

Brasil transportou 2,7 bilhões em trens e metrôs em 2013

21/05/2014 - ANPTrilhos
O transporte sobre trilhos apresentou crescimento de 8% no número de passageiros em 2013 (2,7 bilhões de pessoas). No entanto, apesar das várias obras de expansão anunciadas e em execução, a malha ferroviária de passageiros cresceu apenas 0,5% em relação a 2012, o que explica os altos níveis de lotação dos principais sistemas.

“Isso é um indicador da sobrecarga com que atuam os operadores do sistema sobre trilhos, o que implica na necessidade de maior investimento na malha existente e não apenas em obras de expansão”, afirma Joubert Flores Filho, presidente do Conselho da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos - www.anptrilhos.org.br).

“Se analisarmos um período um pouco maior vemos que de 2010 a 2013 o total de passageiros transportados por trens e metrôs aumentou 11% enquanto que a média de crescimento da malha foi menor do que 3%”, completa.

Em 2013, Joubert informa que foram transportados em trens e metrôs 9,3 milhões pessoas ao dia ou 2,7 bilhões ao longo do ano. Em 2012 foram 2,5 bilhões. Os dados constam da terceira edição do balanço anual do setor metroferroviário brasileiro divulgado hoje, em Brasília, pela ANPTrilhos, que representa praticamente 100% dos operadores metroferroviários.

Legado da Copa e Olimpíada

A ANPtrilhos considera positivo o legado de sistemas de transporte sobre trilhos que ficará para a sociedade, em razão dos novos projetos que tinham como motivação a Copa do Mundo e as Olimpíadas 2016. “Não se pode considerar ruim o fato de parte dos projetos ter sua execução postergada em razão de fatores diversos”, avalia. Nos próximos seis anos, a ANPTrilhos espera que sejam implantados mais 331 km de sistemas sobre trilhos, representados em 25 projetos. Além desses, há 20 projetos em carteira para implantação de 1,8 mil km em linhas que poderão triplicar a malha brasileira.

Balanço 2013

Sobre o desempenho dos sistemas sobre trilhos do Brasil, Joubert diz que há muito a se fazer para que o país alcance outras nações.

“Só o metrô de Shangai (China), uma cidade do porte de São Paulo, transporta 7 milhões de pessoas ao dia, quase o mesmo número de todo o Brasil. Precisamos avançar muito mais nesse tipo de transporte de massa”, acrescenta o dirigente. No Brasil são 16 sistemas sobre trilhos presentes em menos da metade dos estados (12 estados e o Distrito Federal), totalizando 972,5 quilômetros de extensão.

Segundo ele, o meio de transporte majoritário no Brasil é o automóvel (39% da população), seguido do ônibus (25%) e dos trens e metrôs (3,8%). “Com esta divisão, o brasileiro perde muito tempo em deslocamentos. Isso afeta a produtividade do cidadão e, claro, dos empregadores”, diz.

Os benefícios promovidos pelo sistema sobre trilhos, se monetizados, teriam gerado em 2013 um ganho da ordem de R$ 20 bilhões à sociedade. Isso apenas em relação à redução do tempo de deslocamento da população, do consumo de combustíveis e a consequente diminuição da emissão de gases poluentes, bem como à redução de acidentes no trânsito.

 Sustentabilidade sobre trilhos

“O sistema usa carros (trens) movidos a energia elétrica basicamente. Consome pouca energia (1,7 GwH ou apenas 0,4% do total consumido em energia no país) e é de baixíssima emissão de CO2. É mais sustentável, transporta mais pessoas de uma vez e sua modernização e expansão devem ser prioridades no Brasil”, diz.

Os automóveis emitem 100g de CO2, os ônibus 80g e trens e metrôs apenas 50g. “O metrô de São Paulo, por exemplo, emite apenas 8g de CO2”, compara.

O sistema metroferroviário de passageiros no Brasil é responsável pela retirada de cerca de 1,1 milhão de carros e mais de 16.000 ônibus por dia dos centros urbanos onde há transporte regular sobre trilhos. 

Operadores de trens e metrôs ampliam geração de empregos
O presidente da ANPTrilhos diz que o setor está aumentando a oferta de empregos.

“Em 2011 eram 28.000 empregados; em 2012, 32.300; agora em 2013 o número saltou 11,5%, ou seja, para 36.000. E isso em um ano em que a geração de empregos no Brasil foi abaixo das expectativas”, diz. Segundo ele, em cinco anos o setor empregará cerca de 60 mil pessoas.


terça-feira, 10 de junho de 2014

Ônibus: como em qualquer outro negócio, detalhes são fundamentais

ANTP Cliping 17/05/2014
Adamo Bazani
Pesquisa mostra que padronizar o atendimento espanta clientes.
Não basta mais a concessão pelo poder público, um contrato de licitação ou mesmo o contrato com uma empresa privada para fretamento.
Felizmente, já se foi o tempo que apenas a assinatura de um papel garantiria bons resultados financeiros para uma companhia de transporte de passageiros.
Hoje a concorrência é grande e, a qualquer descuido, uma empresa de ônibus pode perder demanda, mesmo sendo urbana com linha definida e operação exclusiva.
Se uma cidade, por exemplo, não permite monopólio, muitas vezes o passageiro prefere andar quarteirões a mais para optar pela empresa que presta melhores serviços.
Se o transporte público não agrada, hoje as facilidades para se adquirir um carro, novo ou usado, e principalmente uma moto, podem fazer com que os passageiros desistam dos meios coletivos de deslocamento.
É certo que o poder público não está ainda fazendo adequadamente sua parte ao não criar políticas de mobilidade urbana, que são muito além de obras, que deem preferência no espaço urbano ao transporte coletivo para que ele seja ágil, confortável, barato e, consequentemente, se torne atrativo em relação aos meios de deslocamento individuais.
No entanto, apesar de prestar um serviço público, uma empresa de ônibus é um negócio. Assim, as companhias de transporte coletivo também devem fazer sua parte para evitar a perda de passageiros.
Primeiro, o empresário de ônibus deve ter uma visão mercadológica de seu negócio.
Quebrar velhos conceitos para isso é fundamental. Um exercício interessante, que beneficia a população, o poder público e o próprio negócio, é enxergar o ônibus como uma loja que vende o mesmo produto que outra loja que fica em frente: o carro ou a moto.
Como atrair clientes para minha loja em vez de eles ficarem interessados pelo outro estabelecimento?
Pontualidade, frota que não quebra toda a hora, direção segura por parte do motorista é o mínimo que se espera de uma empresa de ônibus.
Mas atenção! O assunto é concorrência. Quem só oferece o mínimo, tende a não ficar bem no ramo.
E as empresas de ônibus, para o bem de todos, passageiros e delas mesmas, devem pensar nos detalhes, que parecem sutis e que não são percebidos pela população, mas que fazem sim a diferença.
Uma prova disso é uma pesquisa de 2012, cujos resultados são válidos até hoje do IBHE (Instituto Brasileiro de Hospitalidade Empresarial).
A pesquisa mostra que a padronização no atendimento não atrai clientes e que o consumidor brasileiro hoje busca algo a mais das empresas prestadoras de serviços.
Respeito e Confiança continuam como os itens mais escolhidos pelos clientes: 26%. Mas outro item chama a atenção: o Encantamento, segundo a pesquisa, responsável por 14% das pessoas que consideram este aspecto fundamental para a prestação de um serviço.
O Encantamento, segundo o instituto, significa a capacidade da empresa fazer com que ela seja escolhida pelo consumidor. E o encantamento vem através da oferta de diferenciais, mesmo que aparentemente pequenos.
Mas como falar em diferenciais e não padronização do atendimento numa atividade como de transportes que segue regras específicas de conduta e prestação de serviços, normas e, no caso de grande parte das cidades, até mesmo a pintura dos ônibus é padronizada?
Novamente, a resposta está nos detalhes.
Sabe aquele cantinho do degrau na região da porta que está sujo há dias e que ninguém da limpeza dá um trato lá? O passageiro está vendo. Ele pode não formalizar uma reclamação disso, mas a imagem é ruim, de desleixo.
E a luminária ou mesmo a porta que não estão bem ajustadas e ficam fazendo aquele barulhinho chato a viagem toda? Isso irrita o passageiro.
E quando a catraca fica "dançando" e fazendo aquele barulho metálico horrível então?
O banco com o braço solto ou encosto que não está firme? Dá uma sensação ruim, até de insegurança, parece que o passageiro vai cair numa curva mais fechada.
Agora, se falamos em concorrência e estes "probleminhas" já desagradam quem usa todo o dia o ônibus, imagine uma pessoa que decide um dia deixar seu carro em casa.
A "sujeirinha no cantinho do degrau", o "nheque-nheque" da luminária e da porta, o show metálico da catraca, o banco todo mole se tornam um choque para quem vem de um veículo silencioso, individual e confortável.
Um dia, este repórter, depois de insistir tanto para uma amiga que só andava de carro, passear com ele de ônibus, conseguiu convencê-la.
Depois de alguns minutos no ponto, chega o ônibus. Novinho, último modelo. Quando entramos, o que senti? Vergonha alheia!
Havia sujeira nos cantos. Não a do dia a dia que pode ocorrer, sujeira velha mesmo. Um "ononi" – objeto no ônibus não identificado – batia tanto, fazendo um barulho estressante.
A bela moça não é profissional de transporte. Nem tão pouco busóloga (pessoas que admiram e estudam ônibus). Então ela me perguntou. Esse ônibus é velho?
Poxa, o ônibus era desse ano - 2014! E eu sem jeito respondi: "Não é novo, deve ter acontecido alguma coisa."  Detalhe – até hoje não sei qual era o "ononi" que fazia tanto barulho dentro daquele ônibus.
É claro que as condições da via influenciam muito na trepidação e nos ruídos do ônibus. Mas as empresas devem tentar minimizar o desconforto. Caso contrário, as pessoas vão buscar por um serviço mais confortável.
Lembra que falamos que o ônibus deve ser encarado como uma loja e o carro e a moto como a loja do outro lado da rua que vende o mesmo produto?
Pois bem, e como está a apresentação e o atendimento do balconista desta loja?
Assim, sem discriminações quanto ao gosto do profissional, mas um uniforme bem alinhado, uma barba bem feita, um bigode bem aparado, e uma conduta educada do motorista e do cobrador são diferenciais que podem conquistar clientes.
Se o sistema da cidade não exige uniforme para os motoristas, por que não adotar um uniforme próprio?
A imagem do motorista com barba mal feita, camisa aberta até metade do peito e corrente de vendedor de jogo de bicho, pode ter certeza, não é legal.
Há uma linha de ônibus municipal em Santo André, a qual pego todos os dias, que o motorista saiu de férias.
O outro que entrou fazia bem o trabalho. Mas não tinha diferenciais.
Não dava um bom dia com simpatia aos passageiros e vira e mexe atrasava uns três minutos.
Só três minutos? Era tempo suficiente para quem ia seguir viagem para São Paulo perder o trem e ter de ir no outro trem que já vinha mais lotado.
Resultado. Muita gente, inclusive este repórter, começou a procurar outras linhas de ônibus.
Quando o motorista habitual voltou das férias, o ônibus voltou a andar mais cheio.
Assim, a empresa deve passar o conceito de diferenciais aos motoristas.
Estes exemplos no dia a dia se repetem milhões de vezes e nem sempre o operador de transporte está atento a eles. Mas a pesquisa IBHE (Instituto Brasileiro de Hospitalidade Empresarial) mostra em números o quanto é importante que um prestador de serviço, inclusive de transportes, evolua e não ofereça apenas o "mais do mesmo"
A tempo! Sabe aquele pretinho no pneu? Pode passar porque o povo acha mais bonito o ônibus com ele.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes (busólogo e passageiro diário de ônibus, trem e metrô entre o ABC e a cidade de São Paulo)

RJTV percorre a Transcarioca, maior obra de mobilidade para a Copa no RJ

13/05/2014

Após três anos de obra, prefeitura promete obra entregue antes do Mundial.São 39 quilômetros da via em que um BRT ligará a Barra ao Galeão.

A série do RJTV, "Infraestrutura da Copa", fala nesta terça-feira (13) sobre transporte. A equipe de reportagem percorreu os 39 quilômetros da maior obra de Mobilidade Urbana prometida para o mundial: a TransCarioca. A via vai cortar bairros do subúrbio, desde a Barra da Tijuca até o aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador.
Por mais importantes que sejam uma Copa do Mundo não é feita só de aeroportos e estádios. Um evento desse porte requer do país anfitrião boas condições para que moradores e turistas possam se deslocar pelas cidades sede. A essa facilidade de deslocamento, principalmente entre aeroportos, hotéis e estádios, se dá o nome de Mobilidade Urbana.

BRT
Do aeroporto até a Barra da Tijuca, a Transcarioca terá 45 estações. O custo inicial, R$ 1,5 bilhão, sem as desapropriações, já estourou. "Hoje a Transcarioca está em torno de R$ 1,7 bilhão. Motivada por reajustes contratuais", disse o secretário municipal de obras, Alexandre Pinto.

A estação de Vicente de Carvalho parece estar praticamente pronta. O problema é a área ao redor, são muitos buracos e tubulações expostas. Dessa maneira fica difícil imaginar que vai estar pronto até o início da Copa. Já se passaram três anos de obras, transtornos e poeira.
Um rio passa em frente à estação de Vicente de Carvalho. "Está sendo um transtorno horrível, principalmente quando tem vazamento de água. A gente não consegue sair do prédio", disse a escritora Valéria Pinto. As obras desapropriaram 1.513 imóveis.

Só três estações na Copa
Mas ainda que as obras terminem, a Prefeitura já anunciou que só as estações Galeão, Vicente de Carvalho e Alvorada devem funcionar na Copa. O turista terá que fazer baldeação para o metrô. "Público que chega no Galeão, vai poder pegar BRT na porta Galeão, vai até o metrô de Vicente Carvalho e vai direto para o Maracanã", explicou Eduardo Paes.
Galeão

Enquanto o BRT não sai, na área de desembarque do Galeão são muitos destinos para tão poucas opções de transporte, que são caras. Para a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, por exemplo, o Frescão custa R$ 13,50. Os táxis também têm preços salgados.
Maurício, que mora em Vicente de Carvalho, no Subúrbio, segue pagando R$ 40 pela corrida até o Galeão. Quase 13 vezes mais do que a tarifa dos novos ônibus, que vai custar R$ 3.

Plano retoma trens de passageiros

07/05/2014 - O Estado de S. Paulo

O governo analisa um plano em investimentos e custeio de operação nos próximos seis anos para retomar o transporte de passageiros em trens em todo o País. É um estudo elaborado sob coordenação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e com participação de especialistas do mercado e da academia para reaproveitar a malha já existente e criar uma alternativa de mobilidade urbana.

O relatório final propõe a criação de mais uma estatal - a administração petista criou pelo menos sete, que vão desde a produção de derivados de sangue até a exploração do pré-sal -, dessa vez para implementar uma nova política nacional para o transporte regional, metropolitano e urbano. Ela foi batizada de Empresa Brasileira dos Transportes Terrestres (EBTT).

O estudo consumiu um ano de discussão. O relatório já foi entregue ao Ministério dos Transportes. O titular da pasta, César Borges, disse que vai entregar cópias aos Ministérios das Cidades e do Planejamento. De fato, explica um técnico da área, o resultado final das discussões é muito mais uma proposta de mobilidade urbana, que não é exatamente um tema dos Transportes. Dado o calendário eleitoral, a tendência é que o estudo sirva de base para um programa do próximo governo.

Estudos em fase mais adiantada indicam que algumas linhas poderiam ser concedidas para exploração pela iniciativa privada, com rentabilidade (ou Taxa Interna de Retorno, TIR), na faixa de 10% a 15%. Essas são as taxas calculadas para seis linhas que já têm estudos de viabilidade técnica, econômica e financeira concluídos. Pelo fato de estarem em estágio mais avançado, essas linhas foram selecionadas para funcionar como piloto das demais.

Nesse grupo há, por exemplo, uma ligação ferroviária entre Londrina e Maringá, no Paraná. Também o trem entre Caxias do Sul e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e entre São Luiz e Itapecuru, no Maranhão.
PAC 3. O grupo recomendou que essas linhas sejam incluídas na terceira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançado para um eventual segundo mandato de Dilma Rousseff. Assim, haveria recursos para fazer os projetos de engenharia e iniciar as obras ainda em 2015.

A proposta, porém, não fica restrita a essas linhas. O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós -Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) identificaram 64 rotas no País que poderiam ser financeiramente sustentáveis para trens de passageiros. Dessas, 16 já deram algum passo no longo processo burocrático rumo à sua transformação em empreendimento.

Além das seis que já dispõem de estudos, há outros trechos numa etapa anterior: estão sendo analisados para determinar, com maior grau de segurança, se são ou não viáveis do ponto de vista econômico. É o caso, por exemplo, da ligação de Brasília a Luziânia (GO), uma rota que passa por diversas cidades-satélites da capital federal.

Modelo. Ainda não está definido, porém, como seriam feitas as concessões. Se, por exemplo, elas seriam tocadas pelo governo federal ou do Estado. O mais provável, dizem os técnicos, é que variará de caso a caso, dependendo da capacidade gerencial do governo local.

Também tende a ser variável o modelo de concessão. Em alguns casos, poderá ser contratado somente o serviço de passageiros. Em outros, a manutenção da linha e o transporte de pessoas.

TAV deixa de ser prioridade do governo
A presidente Dilma Rousseff deve encerrar o mandato sem tirar do papel seu projeto mais emblemático na área de infraestrutura: o Trem de Alta Velocidade (TAV), o trem-bala que ligaria Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. O assunto não saiu de pauta, mas não está sendo priorizado nesse momento, admitiu ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o ministro dos Transportes, César Borges. Particularmente, acho que é um assunto para o próximo governo.

Em agosto, termina o prazo de um ano pedido pelos empreendedores estrangeiros para estruturar uma proposta para o TAV. Assim, em tese, o governo poderia retomar a concessão da linha. Porém, na avaliação do ministro, o calendário eleitoral pode pesar no apetite das empresas. Não trabalhamos com o horizonte de fazer qualquer ação no sentido de leiloar, disse Cesar Borges, que é favorável ao projeto. Vamos esperar para ver o mercado.

Em meados do ano passado, o governo fez sua melhor tentativa de leiloar o TAV. Acolheu propostas dos interessados e chegou a divulgar cartas dos bancos manifestando interesse em financiar os projetos. Porém, suspendeu a concorrência ao ser informado que apenas os franceses apresentariam uma proposta. Nos bastidores, espanhóis e alemães pediram mais tempo, por isso foi dado mais um ano. O processo foi complicado também porque muitas das interessadas estavam envolvidas nas investigações sobre formação de cartel em trens.

Já naquela ocasião, ficou clara a tendência de deixar o projeto para um eventual segundo mandato de Dilma. Um sinal do desinteresse foi a redução dos recursos para elaboração dos estudos. Enquanto a EPL falava em R$ 1 bilhão, o valor destinado ficou em R$ 247 milhões. De acordo com fonte da área técnica ouvidos pelo Broadcast, não houve, até agora, novos interessados no empreendimento.

A taxa de retorno não compensaria o risco do projeto, que é elevado. Este ano não sai mesmo, diz a fonte. E a única forma de tirar do papel a partir do ano que vem é o governo se responsabilizar pelo projeto executivo de engenharia. Esse estudo custaria cerca de R$ 1 bilhão