terça-feira, 11 de outubro de 2016

Brasil está longe da rota global de novas tecnologias de mobilidade

26/09/2016 - Estadão
Apesar de ser palco de alguns testes de veículos elétricos/híbridos, e até mesmo de um caminhão autônomo previsto para o próximo ano, o Brasil está distante da rota internacional das novas tecnologias da mobilidade.

Com falta de infraestrutura em rodovias e avenidas das grandes cidades e, principalmente, em razão dos altos custos, o País deve manter, por um longo período, sua atual matriz energética voltada a veículos flex. “Há um grande movimento global pela digitalização e eletrificação, mas nossa realidade é diferente e, no momento, é melhor usar o que a agricultura nos oferece e a sobra do petróleo (gás) ”, diz o presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes.

A Volvo iniciou em agosto testes com um ônibus elétrico em Curitiba (PR) em parceria com a prefeitura local. O veículo atende uma linha de cerca de 5 quilômetros e é abastecido em uma estação de recarga montada ao lado de um dos pontos para embarque de passageiros.

Sem espaço. Não há ainda previsão de mercado para ônibus elétricos no Brasil pois, na visão de vários executivos, o transporte no País ainda será voltado, por longo período, ao uso do diesel, inclusive feito de cana, e de biocombustíveis em geral. Na Europa, a expectativa é de que 70% do transporte público de passageiros seja feito por ônibus elétricos até 2030.

Por enquanto não estão definidos subsídios para a compra desse tipo de veículo por parte dos frotistas, a exemplo do que ocorre para automóveis. Só a Alemanha estabeleceu como meta ter uma frota de 2 milhões de veículos elétricos em menos de uma década.

A Volvo também trará ao Brasil, no ano que vem, protótipo similar ao caminhão sem motorista usado na mineradora da Suécia para operar em um canavial em local a ser definido. “Será um veículo assistido, comandado por um motorista, mas que pode tirar as mãos do volante em manobras que serão controladas via GPS”, diz Nilton Roeder, diretor da Volvo na América Latina.

Um dos objetivos, segundo Roeder, é que o veículo especial estabeleça um trajeto usado em todos os ciclos da colheita da cana, sem alterações. Normalmente, há uma perda de 4% a 5% do plantio porque os caminhões que percorrem as plantações passam por cima das mudas, destruindo-as.


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