segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Justiça determina que Estado e União façam obras emergenciais na estação da Leopoldina



04/09/2017 - G1

A Justiça determinou que obras de emergência na fachada da estação da Leopoldina, no Centro do Rio, sejam realizadas no imóvel. O local, que está fechado ao público desde 2001, tem rachaduras nas paredes e sinais de abandono.

A Justiça determinou que o estado do Rio de Janeiro e a União - proprietários do prédio - botem redes de contenção na fachada, para evitar a queda de reboco e que comecem as obras emergenciais em 30 dias. Também mandou a Supervia instalar suportes para evitar o desabamento da marquise. A multa por descumprimento das decisões é de R$ 10 mil por dia.

Uma exposição de fotos lembra o passado do antigo terminal e a última tentativa de ocupação, no final de 2015, quando a secretaria estadual de Transportes chegou a funcionar por dois meses.

A exposição foi montada em 2016 para comemorar os 90 anos da estação. As fotos antigas fazem um grande contraste com a situação atual. Imagens antigas da charutaria fazem um contraste com as instalações atuais, que estão com todas as vitrines quebradas.

No local, há ainda os restos de uma estrutura que foi usada como um bar, durante uma festa. A Supervia alugou a estação para vários eventos, episódios que foram lembrados na última decisão judicial. O relator da liminar no Tribunal Regional Federal disse que a locação do imóvel pela Supervia para eventos de grande porte acabou causando danos no local.

Uma rede já reveste a fachada e a cobertura da entrada foi escorada. No entanto, a reforma geral depende de uma nova vistoria e de um projeto aprovado pelos órgãos de patrimônio histórico do Estado e da União.

Nós esperamos que o Estado, a União e a Supervia se conscientizem da importância histórica desse prédio, para além do processo judicial. As reformas que precisam ser feitas não são reformas profundas. O prédio não está sendo ameaçado de desabamento, mas ele precisa passar por um processo de restauração para que ele volte a ser usado. É isso que a gente quer, é isso que a gente vai continuar buscando”, disse o procurador da República, Sérgio Suiama.

Há quase 80 anos, a estrada de ferro Leopoldina teve três mil quilômetros, cortando três estados. Os trens de subúrbio partiam em direção à Penha, passavam por Duque de Caxias e seguiam até Inhomirim. Nas viagens de longo percurso, os trens iam até vitória, no Espírito Santo e Caratinga, em Minas Gerais.

“Essa hora parecia um formigueiro de gente para pegar trem aí. Ia para Caxias, Saracuruna, Piabetá. Faz falta demais”, lembrou o taxista José Carlos da Silva.

A Companhia Estadual de Engenharia de Transportes disse que a decisão está sendo cumprida e que o estado estuda como fazer as obras emergenciais. A Supervia informou que também já botou os suportes na marquise.



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