sábado, 31 de março de 2018



Trem que leva ao Aeroporto de Guarulhos começa a funcionar no final de semana

Nos primeiros dois meses, linha circulará somente aos sábados e domingos, das 10h às 15h, gratuitamente; veja o cronograma de funcionamento.

Por G1 SP, São Paulo
31/03/2018 02h31  Atualizado há 1 hora

Após 13 anos de atraso, a Linha 13-Jade da CPTM, que liga São Paulo ao aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, começa a funcionar neste sábado (31). A princípio, durante um mês, a linha circulará somente aos sábados e domingos, das 10h às 15h, gratuitamente. O governador Geraldo Alckmin tinha prometido entregar a Linha 13 até 2005.

Depois, passará a funcionar em todos os dias no mesmo horário e no terceiro mês começará a operação comercial, com cobrança de tarifa.

A Linha 13-Jade tem 12,2 km de extensão e três estações: Aeroporto-Guarulhos, Guarulhos-Cecap e Engenheiro Goulart (na Zona Leste de São Paulo), onde haverá integração com a Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana) da CPTM.

A expectativa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) é que a linha seja utilizada por 120 mil passageiros por dia útil.

Inicialmente projetada para ser próxima ao terminal 3, conhecido como terminal internacional, a estação Aeroporto Guarulhos foi construída próxima ao terminal 1, o que deixará os passageiros distantes da área de embarque. A mudança ocorreu após o aeroporto que era administrado pela Infraero ser concedido à iniciativa privada.

No aeroporto, o trem para na estação que fica em frente ao Terminal 1, onde operam as companhias Azul e Passaredo. Para ir para os principais terminais do GRU Airport, o Terminal 2 (voos nacionais) e o Terminal 3 (voos internacionais), será preciso atravessar a passarela e tomar um ônibus gratuito que será disponibilizado pela concessionária do aeroporto.

Atrasos
A promessa de um trem que liga a capital ao Aeroporto de Guarulhos, no entanto, é antiga. Em sua primeira gestão, no começo dos anos 2000, o governador Geraldo Alckmin tinha prometido entregar a Linha 13 até 2005.

Em 2007, na gestão de José Serra (PSDB), a entrega do foi anunciada para 2010. Porém, em 2009, a promessa mudou para a Copa de 2014. Por falta de interesse privado, a obra não saiu do papel.

Em 2015, o governo voltou a cogitar o projeto e prometeu entregá-lo até o fim de 2017. Em setembro do ano passado, o governo alterou a data para março de 2018.

As obras da Linha 13 começaram no final de 2013 e a data da entrega foi adiada por várias vezes. A previsão é de que ela fosse concluída em 2015.



Mapa da Linha 13-Jade da CPTM que liga São Paulo ao Aeroporto de Guarulhos (Foto: Igor Estrella/Editoria de Arte/G1)

Cronograma de funcionamento
Abril: A operação assistida vai atender as estações Engenheiro Goulart, Guarulhos-Cecap e aeroporto, com intervalos de cerca de 30 minutos, aos sábados e domingos, das 10h às 15h. O trajeto será feito em cerca de 15 minutos.

Maio: Trens das 10h às 15h todos os dias na semana. Nessas duas primeiras etapas de operação assistida não será cobrada tarifa dos usuários.
Junho: Trens todos os dias, das 4h à meia-noite, entre as estações Engenheiro Goulart, Guarulhos-Cecap e Aeroporto-Guarulhos.
Também começará a funcionar um novo serviço, o Connect, que sairá da Estação Brás até a Estação Aeroporto-Guarulhos somente nos horários de pico, sem a necessidade de baldeação na Estação Engenheiro Goulart. O trajeto terá cerca de 35 minutos, com o trem parando nas estações para embarque e desembarque. A tarifa vai custar R$ 4.
Julho: A previsão é que entre em operação o serviço Airport-Express que levará os usuários direto da estação Aeroporto-Guarulhos até a histórica Estação da Luz, onde há transferência para as linhas 7-Rubi e 11-Coral da CPTM e para as linhas 1-Azul e 4-Amarela do Metrô. O trajeto será realizado em cerca de 35 minutos e os trens partirão em 4 horários programados nos dois sentidos. A tarifa será diferenciada e o valor ainda está sendo definido.

quinta-feira, 22 de março de 2018

CCR vence disputa por concessão no metrô de São Paulo


20/03/2018 - Meio Ambiente Rio

Em fato relevante entregue a imprensa na noite da última segunda-feira (19), a CCR comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi consagrada vencedora do processo de concorrência para prestação de serviços de transporte de passageiros das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro da rede metroviária de São Paulo. A conquista foi feita por meio do consórcio ViaMobilidade, formado pela CCR (83,34%) e Ruasinvest Participações S.A. (16,66%).

“A CONCESSÃO terá um prazo de 20 anos, que se iniciará a partir da data da emissão de Ordem de Início da operação comercial da Linha-5-Lilás. O CONSÓRCIO aguardará a assinatura do Contrato de Concessão”, finalizou o Diretor de Relações com Investidores, Arthur Piotto Filho. Os serviços a serem prestados pelo consórcio são de operação, manutenção, conservação, melhorias, requalificação e adequação e expansão. A ViaMobilidade aguarda a assinatura do contrato de concessão.

- Fonte: https://meioambienterio.com/2018/03/20/ccr-vence-disputa-por-concessao-no-metro-de-sao-paulo/

terça-feira, 20 de março de 2018

União libera R$ 673 milhões para Linha Leste do Metrô de Fortaleza



24/02/2018 - Diário do Transporte

O Governo Federal anunciou nesta sexta-feira, dia 23 de fevereiro, um pacote de investimentos para o estado do Ceará no total de R$ 1,73 bilhões. Estavam presentes na solenidade o governador Camilo Santana, o presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira, e o ministro das Cidades, Alexandre Baldy.

Do valor de R$ 1,73 bilhões, a maior parte está destinada à Linha Leste do Metrô de Fortaleza, com R$ 673 milhões, como contrapartida da União para a obra.

O restante dos recursos do pacote anunciado ontem será para a execução de ações de moradia, sistemas de abastecimento de água, saneamento básico, urbanização, entre outros.

Com o anúncio ontem da liberação da contrapartida do Governo Federal, somado ao valor a ser investido pelo Estado no momento, o governador Camilo Santana anunciou que pretende dar início à construção da primeira etapa do percurso (Centro – Papicu). A obra estava prevista para ser concluída em novembro de 2018, mas o cronograma está atrasado devido a paralisações.

No pacote de investimentos anunciado ontem há também o montante de R$ 48 milhões destinado para implementação do BRT e outras obras em Fortaleza.

Na solenidade em que foi anunciado a liberação de recursos da União, o governador Camilo Santana confirmou que busca agora garantir a parte dos recursos do Estado para as obras da Linha Leste do Metrô. Ele solicitou ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) a renovação do empréstimo no valor de cerca de R$ 1 bilhão.

“Nós estamos fechando com o BNDES a renovação do empréstimo de R$ 1 bilhão e eles já autorizaram a gente a relicitar a obra. Pretendemos iniciar a construção em breve. É uma obra importante para a mobilidade de Fortaleza. Integrando com o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que está sendo construído e a Linha Sul do Metrô, entregaremos a Fortaleza, quem sabe, o melhor sistema integrado metroviário das capitais brasileiras”.

LINHA LESTE DO METRÔ

A Linha Leste do Metrô de Fortaleza, obra orçada em R$ 2,3 bilhões, avançou apenas 1% desde que o contrato foi assinado no final de 2013, e até o anúncio da liberação da contrapartida da União não tinha previsão de retomada.

A Linha Leste, que fará a conexão do Centro da capital com o bairro Edson Queiroz, foi assumida em outubro de 2013 pelo consórcio Cetenco-Acciona, vencedor da licitação.

Em 2015, a Cetenco, líder do consórcio, abandonou o empreendimento alegando atrasos no pagamento por parte do governo do estado. Em seu lugar entrou a Construtora Marquise S/A.

As obras que deveriam encerrar em novembro de 2018, atravessaram o ano de 2017 abandonadas. As peças de quatro tatuzões – máquinas tuneladoras usadas para perfuração dos túneis, estão abandonadas em um dos canteiros de obras, expostas às condições do tempo.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Obras da Linha 6-Laranja do Metrô de SP não tem previsão de retorno



20/02/2018 - Band

O Governo do Estado vai precisar refazer licitação, após empresários chineses desistirem de assumir a construção da Linha 6-Laranja da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), que deve ligar a estação São Joaquim (linha Azul do Metrô), no centro, a uma futura estação a ser construída no bairro Brasilândia, zona norte da capital paulista.

A chamada “Linha das Universidades” está com as obras paradas há um ano e meio. Originalmente, o projeto seria tocado por um consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC. No entanto, as empresas abandonaram a construção, sob o argumento de dificuldades para obter financiamento devido aos desdobramentos da Operação Lava-Jato.

Propostas

O governo estadual chegou a dizer – depois deste impasse - que havia recebido proposta de um grupo asiático para assumir as obras em regime de Parceria Público-Privada (PPP). Apesar da negociação ter durado meses, o acordo não foi pra frente, explica o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Neste momento, segundo o governador, não é possível determinar uma data para que as obras sejam retomadas.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Má qualidade do transporte público aumenta a preferência da população por carro



17/01/2018 - O Globo

Há forte apoio popular para melhorar as condições de mobilidade urbana por meio do transporte público, mas a péssima visão que as pessoas têm das concessionárias de ônibus, trens e metrô, a insegurança e a falta de conforto ainda fazem as pessoas apontarem o carro como meio de locomoção ideal no Brasil. É o que mostram os dados de uma pesquisa inédita encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS) em parceria com o Instituto Escolhas.

Na avaliação do coordenador de transportes do ICS, Walter Figueiredo Di Simoni, o usuário do transporte público hoje tem um cotidiano de péssimos exemplos, e isso pode colaborar para a preferência pelo automóvel ou motocicletas, apesar desses meios de transportes contribuírem mais para o aumento da poluição e para os engarrafamentos.

— A pesquisa mostra uma leitura realista do transporte público no Brasil. Quando olhamos a avaliação negativa das operadoras de ônibus, isso mostra a realidade. A pesquisa mostra a necessidade de melhorar a qualidade do transporte público, mas mostra também que há o desejo de que o transporte público seja o principal meio de locomoção das pessoas — disse Figueiredo ao GLOBO, que teve acesso aos dados com exclusividade.

Segundo a pesquisa, realizada pela Ideia Big Data em outubro do ano passado, 57% dos entrevistados consideram a atuação das empresas permissionárias de ônibus negativa ou muito negativa. Outros 39% têm uma visão positiva ou muito positiva das concessionárias de transporte público. No Centro-Oeste, a péssima avaliação das empresas de ônibus chega a 67%.

Para o coordenador do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru) da Universidade de Brasília, professor Pastor Willy Gonzales Taco, a avaliação negativa tem a ver com a má qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas, mas também com o esforço de marketing das montadoras de veículos que usam a mídia permanentemente para mostrar as vantagens dos seus carros.

— Você não vê propaganda da empresa de ônibus, mas de carro há muita publicidade sempre exaltando a beleza, o luxo e as vantagens — argumentou.

Também por isso, a pesquisa mostra que a avaliação positiva das montadoras chega a 72%. Só 20% das pessoas têm uma visão negativa da indústria de veículos.

Dos 3 mil entrevistados, 51% disseram que pretendem comprar um carro nos próximos três anos. Nesse grupo, a maior parte tem entre 16 e 34 anos (51%), têm curso superior completo ou incompleto (71%) e pertencem às classes B e C.

Entre os 49% que não pretendem comprar um carro nos próximos três anos, o principal motivo é a falta de dinheiro (49%). Outros 25% alegam convicções pessoais para rejeitar a compra de um veículo próprio.

— Existe uma visão do carro como objeto de desejo. O carro ainda simboliza muita coisa, ele é símbolo de sucesso e de que a pessoa cresceu na vida. Mas a percepção do carro como meio de transporte ideal cai quando a renda aumenta — aponta Di Simoni.

Segundo ele, uma hipótese para esse resultado é de que, depois de se tornar motorista, a pessoa se decepciona por já não ver tantas vantagens.

Enquanto o carro é apontando como meio de transporte ideal por 32% para quem tem renda familiar de até dois salários mínimos, esse percentual cai para 25% entre aqueles têm renda familiar de sete salários mínimos ou mais.

A pesquisa mostra ainda o Uber ganhando espaço entre os usuários do transporte público. 49% das pessoas que passaram a usar o aplicativo para se locomover disseram que antes usavam ônibus, metrô ou trem para ir ao trabalho ou estudar. Deixaram o táxi para usar Uber 37%.

Para o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e especialista em transportes, Alexandre Rojas, esses aplicativos têm atrativos que o ônibus, o metrô e o trem não podem oferecer.

— Aqui no Rio, a questão da segurança no transporte é um ponto negativo adicional. Então, as pessoas preferem pegar uma carona compartilhada pelo Uber do que andar de ônibus. Elas chegam mais rápido às vezes, com maior conforto e pode custar um pouco mais caro apenas — explica Rojas.

Ele e Taco dizem que as empresas de transporte público precisam melhorar a qualidade e se adaptar às novas necessidades dos usuários para não perderem clientes.

O professor da UnB conta que em Brasília já está em uso um aplicativo que conecta o usuário a um ônibus que faz trajetos que não são atendidos pelas empresas concessionárias das linhas tradicionais. Na avaliação dele, essas permissionárias precisam atender esse público para não ficar para trás, nem que cobrem uma tarifa um pouco maior nesses casos.

Rojas e Di Simoni também cobram mais fiscalização sobre os contratos das concessionárias para que haja mais transparência no cálculo das tarifas e todas as exigências do poder público sejam atendidas. Eles reconhecem que se o atual cenário for mantido as pessoas continuarão apontando o carro como melhor meio de transporte.


terça-feira, 6 de março de 2018

Metrô Fortaleza: governo rescinde contrato; obras até julho



16/02/2018Notícias do Setor       
Os planos do governo cearense de rescindir o contrato de construção da Linha Leste do Metrofor tiveram seguimento nessa Quarta-feira de Cinzas, quando a Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra) comunicou oficialmente a Acciona – que, juntamente com a Marquise, compõe o consórcio contratado para a construção – do distrato. O objetivo, segundo o secretário Lúcio Gomes, é “começar a obra entre junho e julho”.

“Eu já havia informado a eles do distrato verbalmente no dia 1º de fevereiro, além de o governador (Camilo Santana) ter declarado isso. Mas hoje (ontem) à tarde, informei oficialmente. Minha intenção era ter feito isso na sexta-feira (9), mas elaboramos com muito cuidado e fundamentos técnicos e jurídicos para dar respaldo à decisão, e acabou ficando para agora”, contou.

As empresas, a partir de agora, têm cinco dias para contestar a decisão do Estado. Procurada, a Acciona não retornou à reportagem até o fim desta edição. Mas, ontem (13), tornou público o desejo de permanecer à frente do empreendimento.

“A otimização do projeto Metrofor Linha Leste, defendida agora pela Seinfra como necessidade e força motriz para uma relicitação da obra por parte do órgão, já havia sido iniciada pelo consórcio, o que reforça a falta de necessidade de uma nova licitação, além do fato de haver impedimento legal para tal, uma vez que já há contrato vigente e as empresas do consórcio cumprem com suas obrigações”, diz em nota divulgada.

Legalidade garantida

Já o secretário da Infraestrutura defende que a Lei 8666/1993, que estabelece as regras sobre licitações e contratos, permite a promoção de uma nova licitação pelo governo cearense. “O coração da nossa estratégia é que é um escopo diferente. É uma outra obra, que estamos tirando algumas obrigações, mas colocamos mais outras. E também é bom frisar que o procedimento que estamos iniciando é uma recomendação do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social)”, afirmou Lúcio Gomes.

Ele explica ainda que, dentro do que é defendido pela empresa, seria preciso que o Estado apenas retirasse obrigações do contrato – em até 25% do valor da obra -, mas estão sendo acrescentadas novas obrigações que superam os valores previstos.

Sobre o possível questionamento do consórcio contratado inicialmente para a construção da Linha Leste, ele afirmou que deve continuar, “em paralelo, tocando todos os procedimentos para convocar a audiência pública para 1ª semana de março”.

Valor e novas obrigações

Lúcio Gomes revelou que o valor estimado para o novo projeto é de R$ 1,859 bilhão e deve ter 53,8% do total financiado pelo BNDES, 36,2% pela União e 10% como contrapartida do Estado. Além disso, o ganhador do leilão deverá arcar com toda a infraestrutura necessária para o funcionamento da Linha Leste.

“Nesse novo modelo que tentamos deflagrar o processo, vamos cobrar a entrega da solução completa, ou seja, do trecho que vai do Centro da Capital até o Papicu, vamos querer o sistema, o material rodante (trens) e o gerenciamento”, detalhou o secretário, afirmando que a estratégia visa resguardar o novo trecho do metrô dos mesmos impasses que sofre a Linha Sul, que ainda não tem o sistema.

A falta do recurso que deve ser destinado pela CBTU, do governo federal, impediu a aplicação do sistema no trecho entre a Capital e Pacatuba.

Tuneladoras

Já sobre as tuneladoras, Lúcio Gomes afirmar que o contrato para montagem continua mantido e um dos equipamentos já se encontra totalmente montado, aguardando os testes. “Nós devemos ter duas tuneladoras montadas daqui para março”, estimou.

15/02/2018 – Diário do Nordeste

sexta-feira, 2 de março de 2018

Metrô Rio negocia parcerias para tentar estancar perda de passageiros



16/02/2018Notícias do Setor       
Depois de um 2016 influenciado positivamente pelos Jogos Olímpicos, o Metrô Rio amargou no ano passado os efeitos da alta no desemprego e do recrudescimento da violência na cidade. Somente no primeiro semestre de 2017, último dado divulgado pela concessionária do grupo Invepar, o total de viagens pagas encolheu 17,6%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No cargo desde dezembro de 2016, o presidente da empresa, Guilherme Ramalho, de 36 anos, encara outros meios de transporte – vans, táxis e até bicicletas – como parceiros na estratégia de aumentar a capilaridade do serviço oferecido pela concessionária.

“Buscamos muito a solução da primeira e da última milha”, justifica Ramalho, referindo-se à distância entre a residência dos usuários e as estações. “Estamos abertos a fazer parcerias com táxi, ônibus, van, bicicleta, o que for”. A estratégia de parcerias ganhou força a partir do ano passado, através de acordos fechados com uma locadora de veículos (para diárias gratuitas), cooperativas de vans (para atender moradores das comunidades da Rocinha e do Vidigal) e, mais recentemente, com um empresa de transporte que utiliza táxis e carros de passeio.

No Carnaval deste ano, a concessionária pôs à venda um cartão que dava direito a quatro viagens de metrô por dia, por cinco dias consecutivos, além de descontos para utilizar num serviço de transporte com carro particular. Um próximo passo natural, cogita Ramalho, seria uma parceria com uma locadora de bicicletas. “O Rio é uma cidade com políticas públicas muito voltadas para o automóvel”, diz o presidente do Metrô Rio. “Acreditamos que há muito potencial. O Rio é um município com seis, sete milhões de habitantes, com uma região metropolitana de mais de dez milhões de habitantes, muito adensado.”

Mesmo com três linhas e 41 estações, o metrô carioca ainda tem uma capilaridade restrita, quando comparado – por exemplo – ao de outras capitais sul-americanas com menos habitantes. Transporta uma média de 860 mil passageiros por dia útil, quase três vezes menos quando comparado com o metrô de Santiago. E 40% menos do que a média diária de usuários registrada em 2016 pelo de Buenos Aires, inaugurado em 1913.

Os investimentos em infraestrutura de transportes feitos para a Olimpíada de 2016 somados ao fluxo de turistas atraído pelo evento esportivo fez a média diária de passageiros ultrapassar um milhão de pessoas. Com isso, o número de passageiros transportados naquele ano cresceu 3,1% frente a 2015, atingindo 240,9 milhões. Considerando apenas o total de passageiros pagantes, a expansão no período foi de 2,7%.

O cenário mudou no ano passado principalmente devido ao desemprego, explica Ramalho. Dados ajustados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, indicam que a cidade do Rio perdeu, em 2017, 55.527 postos de trabalho, enquanto no conjunto dos municípios brasileiros (incluindo a capital fluminense) a diminuição foi de 20.832 vagas. Ou seja: o saldo nacional seria positivo não fosse o resultado do Rio de Janeiro.

Outro ponto que influenciou negativamente o fluxo de passageiros no Metrô Rio em 2017, ainda que de maneira indireta, foi a deterioração dos indicadores de segurança pública, esclarece Ramalho. No ano passado, foram registradas 6.731 mortes violentas – uma média de 40 para cada 100 mil habitantes, conforme indicam informações levantadas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). A taxa é a mais alta dos últimos oito anos.

“Andamos um pouco que na contramão da cidade. Tivemos em 2017 o nosso melhor ano de segurança”, afirma o executivo. “Tivemos 23 casos de roubo ou furto no metrô ao longo de todo ano de 2017, em mais de 245 milhões de viagens realizadas”, diz. Apesar do número relativamente baixo de incidentes, Ramalho explica que o aumento da violência nas ruas acaba por reduzir o volume de pessoas circulando pela cidade.

Embora as receitas não tarifárias ainda sejam pouco relevantes, a concessionária vem tentando ampliar a gama de serviços oferecidos dentro das estações por terceiros. No ano passado, fechou contrato com a Starbucks para a instalação da primeira operação da rede americana numa estação de metrô brasileira. O mix de lojas inclui também lavanderia, academia e serviços de estética, num total de 7.490 metros quadrados de área bruta locável. Desse total, 83% estavam ocupados em setembro. Ao todo, as receitas oriundas de locação e publicidade somaram R$ 25,9 milhões nos nove primeiros meses do ano passado, o equivalente a pouco mais de 4% da receita líquida no período.

16/02/2018 – Valor Econômico